Tuesday, April 10, 2007

SOBRE O TEXTO "NÃO TENHO DITO" POR FRANCISCO EDUARDO E SOBRE A REFLEXÃO LANÇADA A PARTIR DESSE TEXTO PUBLICADO EM http://fbaup404.blogspot.com/2007/04

por Jorge André Soares (JAS) também conhecido como (TCC) Uma Naro Pero (UNP)

"por Jorge André Soares (JAS) também conhecido como Uma Naro Pero (UNP)" é uma reflexão minha sobre os comentários e a partir, também, dos comentários ao evento The Media Players (TMP), a partir do post do Francisco Eduardo Roldão Cruz (FERC) sobre os TMP e outros ainda sobre o Nemo ou neo emo. Não escrevo para contra-argumentar, nem para concordar, é simplesmente uma visão pessoal com textos de outros que acho necessária. Não vou ser humilde, mas humilde sou.
Qualquer semelhança com textos reais já escritos não é pura coincidência.

(Sobre o TMP enquanto TMP)

Facto é, que é um evento que é por bem que existe. Gera opiniões, mesmo tendo realizado eventos que ora convencem, ora não convencem. Tem um blog que já chegou a ter oitenta comentários a um post ("Domingo Desportivo") e zero, um ou dois nos outros posts. A equipa que o gere achou por bem retirar aqueles comentários com receitas de culinária e ameaças de morte, talvez por preferirem a nouvelle cuisine ou cartas de amor, ou talvez por outra coisa qualquer.

Facto é, que os organizadores não são profissionais, mas os profissionais também não são os organizadores. Facto é que eu gosto de subverter as frases e as frases gostam de ser subvertidas.

Facto é, que convidou autores e alguns aceitaram participar nos moldes em que foram convidados e outros aceitaram participar nos moldes em que não foram convidados. Mas todos participam, nem que por meio da não-participação.

Facto é, que se discute sobre subversão das propostas e se vai discutir sobre subversão das propostas. E só discute quem quer discutir.

(Nota: entenda-se por facto, aquilo que o FERC e eu percepcionamos como factos e nada mais do que isso)

As pessoas têm receio daquilo que não entendem. Pois têm. Quem comunica, fá-lo para si ou para os outros? Para os outros. Mas que outros? Só aqueles que o possam entender? E quantos são esses? Pode comunicar-se um pensamento sob as mais variadas formas, mas o acto de comunicar propõe uma forma de comunicabilidade intelegível para o receptor. A tudo o resto chama-se incomunicabilidade, ou possui "privado" antes ou depois de qualquer termo que lhe quiserem acrescentar. O problema está na identificação dos objectos por parte do receptor quando é confrontado com esses objectos comunicados. Haverá distinção entre objectos de consumo próprio e objectos de consumo em massa (seja de uma elite, de um grupo de pessoas, ou relativo a uma consciência global)? Sim. Essa distinção, parece-me, ser o cerne da questão. Aqui pode falar-se no que é "exterior" e "interior" a um determinado grupo. O TMP propôs essa comunicação - nem de "entendibilidade" universal, nem de particular - que pressupôs a criação de objectos entendíveis a quem os poderia consumir à partida. A tendência parece continuar a ser a - falta-me um termo - coisa, aquela coisa que só pode ser recepcionada por aqueles que "sabem do que eu estou a falar".

A atenção merecida é decidida por quem acha que é merecida a atenção. Quem participa, que vê, quem lá está, quem consome o objecto. Não se queira, portanto, que o entendimento seja universal, mas (e há sempre um mas) o particular só é bom quando a comunicação desse algo particular (individual ou colectivo, ou seja, conhecimento de uma pessoa ou de um pequeno grupo) se torne entendível para o público que o vai receber.

Facto é, que apareceram três trabalhos muito idênticos. Búfalos na pré-história, chats no século XXI... so what? Parecido e idêntico é só Nice, I like it to. Vamos todos fazer "Chuva de Estrelas"? "Ídolos", "Operação Triunfo"? E os originais? E as bandas de garagem? Ficam-se apenas no MySpace ou termómetros ou unpluguedes? Já existem muitos "idênticos". Prefiro assumir o copy'n'paste quando acho pertinente, mas assumi-lo. Ou se calhar é mais: "partilha de preocupações e temáticas comtemporâneas e o fazer história em tempo real, geração dum sentido de comunidade, seja o que lá o que quisermos" - definição de um princípio dos TMP por João Alves Marrucho (JAM), sem ele saber que estava a criar definição. Há muita gente com medo de ser de um clube e há clubes que têm medo que muita gente seja do clube deles. O sentido de comunidade parte do princípio que existe uma comunidade, e a palavra "comunidade" parte de um pressuposto mais abrangente do que um pequeno grupo.
"O nosso bairro não é sequer suficiente para formar uma equipa, quanto mais um campeonato". Será? Mas quem pertence a esse bairro? Será que não mora ninguém no prédio ao lado, que não conhecemos e que não nos conhece, mas que ache pertencer ao mesmo bairro, tal como nós achamos? E esse bairro, tem as casas todas alugadas ou tem quartos para alugar a preço de amigo?

(mudando de assunto, ou voltando ao mesmo)

"Enunciado: fazia uma pequena experiência antes de convidar este povo todo" por Kaiserjose (KJ). Quem é o "povo todo"? Esta é a "pequena experiência". E não será a experiência, em si, positiva?

"Não publicava a lista com os grupos futuros, visto que esta repete intervenientes semanas seguidas" por KJ. Concordo. Sinto que, no início do projecto, essa questão poderia ter sido mais bem estudada. Senti a tua falta, KJ, na discussão da mesma. Senti a tua falta, KJ. O sistema não é perfeito. Faz parte da experiência a noção de que o processo poderia ser diferente, e essa noção faz parte do projecto. Facto é, que o projecto tem desencaixes argumentativos, mas esses desencaixes e são parte do pretendido, porque o argumento não é uma sentença e pressupõe contra-argumento ou co-argumento.

"Esta merda de ser parte de uma proposta de uma cadeira faz muita comichão, mas por uma razão muito simples: eu quando aceitei participar neste projecto não foi com essa consciência; e isto na realidade muda muita coisa.
Facto é, que é ambíguo sobre ser ou não ser um trabalho para nota académica. Facto é, que este último facto me incomoda." mix de KJ + FERC. Muda muita coisa? Incomoda? Facto é, que de facto, não percebo o porquê deste facto. Mas tento responder, citando JAM : "Eu acho que não muda muito... Não vejo qualquer problema para os participantes... se alguém tem de carregar esse fardo, são os Organizadores". Tentámos e tentamos (forma verbal no presente do indicativo).

"Não para o bem mas para o mal é a atitude dos organizadores nos referidos eventos themediaplayers e no blog:
"Facto é, que tem um blog que já chegou a ter 80 comments a um post (incrível). Facto é, que os comments foram omitidos desse blog pela equipa que o gere." por francisco eduardo, neste post; isto se é verdade não me parece muito intelegente, sobretudo depois de ter lido: " Por favor, utilizem este blog como um local de discussão" por KJ, citando, também, FERC.
Hum... quanto aos comentários, continuo a dizer que prefiro nouvelle cuisine e cartas de amor a receitas de culinária e ameaças de morte (reticências) ... Quanto aos eventos, não sei qual foi a má atitude, mas também não te vi por lá, KJ, a compartilhar o seu ponto de vista sobre qual a mais correcta. O intuito do projecto é redimensionar-se com os participantes directos ou indirectos, directa ou indirectamente. "Senti a tua falta, KJ".

(sobre pés e movimentos)

"Ainda assim estão no último ano e em qualquer proposta, devem já pensar e agir com os dois pés fora da escola." por JAM.
Não estamos no último ano, nem deveríamos agir assim, nem assado. Eu não comecei a pensar fora da escola no segundo ano e estou de momento com um cliente, com algum reconhecimento (pouco, mas algum) aqui e ali e com vontade de te/nos ajudar...

"Faz lá como quiseres... Cria um movimento, (parece que a coisa pegou, vá-se lá saber porquê, estes brincalhões com espírito de iniciativa não dão descanso, num é...) um projecto de remisturas, qualquer coisa que não conte com a We generation, como vês amigo, a coisa resultava se já não estivessemos na Me..." por JAM
Gosto mais de me identificar com movimentos e juntar-me a eles, do que criá-los. E não acredito que tenhas criado algum movimento sozinho, JAM. Ao que possas ter feito, chama-se cultura de gosto, chama-se tendência, é pessoal, mas transmissível. Ao individual só cabe o colectivo quando esse indivíduo tiver a noção que precisa do colectivo para surgir o movimento. E o movimento altera-se "por quem" e "para quem" se junte a ele. É um processo de identificação. "Hei! Criei um movimento! As inscrições estão abertas! Para aderir, prime a tecla 1.", "- É verdade ou mentira Brandão?
- É mentira. - É verdade, és um aldrabão!". Não, não digas que é verdade, Brandão. Um dia espero ver-te ali, na Nemo ou neo-emo que não irás controlar. Assim será um movimento, sem criadores, apenas com pioneiros. Mas dou-te o devido valor por tentares, eu gostava de tentar contigo, JAM. Ainda vamos a tempo, pioneiro.

(ps. o Nemo é só uma piada linguística, "com todo o respeito")

"Boa sorte com o mestrado e que te faça bom proveito". Obrigado JAM, acho que vou fazê-lo. Estamos sempre a aprender e acho que posso aprender com o mestrado que escolher :)

AA. FERC
Tuda Jóia! KJ
Respect kido! JAM

E um obrigado a todos que se dignam a fazer História e, sobretudo, a registá-la.
Continuem críticos, continuem participativos.
Gracias pela parte que me toca e pelos TMP.

Tenho dito.
E falo por mim, outra vez (e para quem se quiser juntar).

DITO TENHO por JAS TCC UNP

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