Wednesday, July 04, 2007
O REGRESSO DOS TOCADORES DO MEIO!
4DEJULHO
THE MEDIA PLAYERS
DOCUMENTÁRIO "EM CIMA DO JOELHO"
O The Media Players - Parte Um foi um projecto onde autores convidados trocaram diferentes médias, realizados para o evento, e criaram outros, segundo um sistema definido, uma teia de vídeos, sons e imagens, de parcerias e de ordem de comunicação.
Baseou-se em conceitos de hipernarrativas, textuais, visuais e sonoras, um jogo que parte de formas de comunicabilidade, abrindo espaço para uma maior discussão de trabalhos, o que, habitualmente, não acontece a esta escala.
Este documentário conta com depoimentos dos participantes no projecto, bem como imagens dos eventos que estiveram ligados a este acontecimento e é para ser entendido como um registo visual e sonoro de toda a reflexão que surgiu a partir do primeiro The Media Players.
Para uma consulta de todos os objectos de comunicação produzidos e uma melhor compreensão do projecto, esclareça-se via e-mail em mediaplayers@yahoo.com.
No cinema bar PASSOS MANUEL,
ao Coliseu - Porto.
Entrada Livre.
Thursday, May 10, 2007
Wednesday, May 02, 2007
READY-MADE IN CHINA ESPECTÁCULO!
The Media Is The Mess Age
http://users.fba.up.pt/%7Eldcag99032/mess/index.html
http://users.fba.up.pt/%7Eldcag99032/mess/index.html
3 DE MAIO, PASSOS MANUEL. THE MEDIA PLAYERS
"Se eles estiverem lá, vai ser um mundo!" por Senhora do Majestic
Friday, April 27, 2007
O FIM DO INÍCIO
The Media Players
*****************
Evento Final da Parte Um
Com o documentário "Em Cima do Joelho"
Ready-Made In China (concerto)
****
"The Media Is The Mess Age"
@Passos Manuel
3 de Maio 2007
Ready-Made In China é um projecto de performance audiovisual, constituído por Paulo Martins, Telmo Sá e Thierry Lambert, que explora os organismos do som e da imagem em movimento.
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VEC (concerto/dj set)
****
Os VEC (Volante Euro Continental) são compostos por Albino José Tavares e João Alves Marrucho. Editaram algumas das suas produções musicais pela Ástato, mas o projecto também se notabiliza pelo seu forte componente gráfico, indo ao encontro da estética da Nova Emoção a duas dimensões.
No evento dos The Media Players, irão brindar-nos com um concerto/dj set, que certamente irá surpreender aqueles que não esperarem que os autores das músicas que estiverem a dançar nessa noite, podem estar mesmo a seu lado.
"boom!splash... UAU!"
http://www.myspace.com/volanteurocontinental
HUM, PLAY IT AGAIN IN MY HOUSE...
Monday, April 23, 2007
REFLEXÃO
Todas as intervenções tinham de analisar, decompor e recompor representações prévias.
Podia também comparar-se a maneira como esta ou aquela linguagem tratara e modificara, recortava e religava as mesmas representações.
Seguindo um trajecto triangular comum.
A incessante actividade, continuidade, descontinuidade dos materiais a trabalhar proposta na "árvore dos Media Players". Já que esta estrutura se desenvolve apartir de um ponto comum , e foi avançando em mutação e procedência ao longo destas três semanas. As três linguagens derivam todas umas das outras, apartir da qual seria possível alguma continuidade visual, ou pelo contrário um desvio radical á substância iniciadora.
Para que uma evolução acontecesse foi necessário que o plano ininterrupto e linear da estória desta estrutura / jogo fosse quebrado, que a descontinuidade das ramificações fizesse surgir diferentes planos de organização na sua possível diversidade.
Condicionante evidente foi o tempo. O tempo real, dado á participação de todos os "Media Players" convidados, um lamento repetido nas várias sessões que organizámos . É compreensível e legítimo . Mas é também uma desculpa comum, que todos vamos usando para nos esquivarmos ou desculpar no dia a dia.
Talvez esta questão do imediatismo - do fazer rápido nos ajudasse com alguma espontaneidade nas intervenções. Sendo que permite apenas respostas mais rápidas e superficiais.
..."Pour qu'une chose soit interessante , il suffit de la regarder longtemps".. Gustav Flaubert
Sendo que a rapidez pedida, também não é de todo desinteressante ou desmotivadora, muito pelo contrário , procede uma estrutura activa e célere, de comunicação intensa.
Nas sessões organizadas podemos contar com a colaboração dos autores, ainda a quente , uma voz fresca , talvez ainda sem o distanciamento necessário para falar . Esse confronto entre autor e obra narrando a anatomia interna do seu trabalho é uma partilha generosa, que propicia o diálogo. Potencia o espaço crítico.
Ficaram tantas palavras em suspensão, teriam sido possíveis tantas outras combinações .
"As coisas não têm significação, têm existência" - Fernando Pessoa
...." O observador em imagens realiza a aventura da invenção diária da sua liberdade, que por vezes eleva ao grau de memória pela solidificação em objectos" - Ana Hatherly
A crítica dos objectos produzidos poderá ser ela própria produzida pelos objectos Media agora finalizados. Já que este encadeamento permitia no diálogo que potenciava, esse tipo de escrita em resposta. Renovando constantemente o significado inicial.
Os Media Players também foram mediadores, procurando reinstaurar a necessidade de significados fixos , um núcleo de significação concentrada.
A voz mais íntima dos intervenientes convidados, no contacto menos formal estabelecido no final para a elaboração de um documentário aglomerador das suas intenções e perspectivas sobre a estrutura media em que os envolvemos.
Produziremos assim um documento vídeo que pretende o todo sucessivamente, numa apresentação mais racional e plural.
As ramificações eram tantas, víamos tantas imagens possíveis, esperávamos ansiosamente pela imagem/ som / vídeo por vir. Numa ânsia infantil pela novidade recebida e mostrada em tempo real.
Imensos tópicos ficaram ainda por abordar uma analise mais exaustiva da mutação dos media propostos e da sua relação entrançada , bem como um certo lugar comum de comunicação presente em certos trabalhos apresentados.
Há ainda a questão do espaço, a invenção/ discussão de um espaço arquitectónico novo, para a projecção dos três media - pensando novas formas de experienciação dos media abordados neste projecto. Um lugar para "antologiar antologias " . Investimento no espaço e no tempo. Uma cobertura para o risco, implícito na troca.
" A linguagem também só começa onde a nossa relação imediata com a impressão sensorial e a afectividade cessa"... Ernest Cassirer.
Não poderíamos exigir demasiado sentido/organização não queríamos cair numa forma óbvia de repressão da espontaneidade primordial.
Mas também não fomos alvo de rebelião contra o direccionismo imposto. Sugiro que possamos ter iniciado e potenciando um espaço de investigação criadora, aberto ainda a intervenções e questões.
..."The counter culture is perfectly aware of where to beguin the job of demolition"... George Steiner
por Filipa Costa
Podia também comparar-se a maneira como esta ou aquela linguagem tratara e modificara, recortava e religava as mesmas representações.
Seguindo um trajecto triangular comum.
A incessante actividade, continuidade, descontinuidade dos materiais a trabalhar proposta na "árvore dos Media Players". Já que esta estrutura se desenvolve apartir de um ponto comum , e foi avançando em mutação e procedência ao longo destas três semanas. As três linguagens derivam todas umas das outras, apartir da qual seria possível alguma continuidade visual, ou pelo contrário um desvio radical á substância iniciadora.
Para que uma evolução acontecesse foi necessário que o plano ininterrupto e linear da estória desta estrutura / jogo fosse quebrado, que a descontinuidade das ramificações fizesse surgir diferentes planos de organização na sua possível diversidade.
Condicionante evidente foi o tempo. O tempo real, dado á participação de todos os "Media Players" convidados, um lamento repetido nas várias sessões que organizámos . É compreensível e legítimo . Mas é também uma desculpa comum, que todos vamos usando para nos esquivarmos ou desculpar no dia a dia.
Talvez esta questão do imediatismo - do fazer rápido nos ajudasse com alguma espontaneidade nas intervenções. Sendo que permite apenas respostas mais rápidas e superficiais.
..."Pour qu'une chose soit interessante , il suffit de la regarder longtemps".. Gustav Flaubert
Sendo que a rapidez pedida, também não é de todo desinteressante ou desmotivadora, muito pelo contrário , procede uma estrutura activa e célere, de comunicação intensa.
Nas sessões organizadas podemos contar com a colaboração dos autores, ainda a quente , uma voz fresca , talvez ainda sem o distanciamento necessário para falar . Esse confronto entre autor e obra narrando a anatomia interna do seu trabalho é uma partilha generosa, que propicia o diálogo. Potencia o espaço crítico.
Ficaram tantas palavras em suspensão, teriam sido possíveis tantas outras combinações .
"As coisas não têm significação, têm existência" - Fernando Pessoa
...." O observador em imagens realiza a aventura da invenção diária da sua liberdade, que por vezes eleva ao grau de memória pela solidificação em objectos" - Ana Hatherly
A crítica dos objectos produzidos poderá ser ela própria produzida pelos objectos Media agora finalizados. Já que este encadeamento permitia no diálogo que potenciava, esse tipo de escrita em resposta. Renovando constantemente o significado inicial.
Os Media Players também foram mediadores, procurando reinstaurar a necessidade de significados fixos , um núcleo de significação concentrada.
A voz mais íntima dos intervenientes convidados, no contacto menos formal estabelecido no final para a elaboração de um documentário aglomerador das suas intenções e perspectivas sobre a estrutura media em que os envolvemos.
Produziremos assim um documento vídeo que pretende o todo sucessivamente, numa apresentação mais racional e plural.
As ramificações eram tantas, víamos tantas imagens possíveis, esperávamos ansiosamente pela imagem/ som / vídeo por vir. Numa ânsia infantil pela novidade recebida e mostrada em tempo real.
Imensos tópicos ficaram ainda por abordar uma analise mais exaustiva da mutação dos media propostos e da sua relação entrançada , bem como um certo lugar comum de comunicação presente em certos trabalhos apresentados.
Há ainda a questão do espaço, a invenção/ discussão de um espaço arquitectónico novo, para a projecção dos três media - pensando novas formas de experienciação dos media abordados neste projecto. Um lugar para "antologiar antologias " . Investimento no espaço e no tempo. Uma cobertura para o risco, implícito na troca.
" A linguagem também só começa onde a nossa relação imediata com a impressão sensorial e a afectividade cessa"... Ernest Cassirer.
Não poderíamos exigir demasiado sentido/organização não queríamos cair numa forma óbvia de repressão da espontaneidade primordial.
Mas também não fomos alvo de rebelião contra o direccionismo imposto. Sugiro que possamos ter iniciado e potenciando um espaço de investigação criadora, aberto ainda a intervenções e questões.
..."The counter culture is perfectly aware of where to beguin the job of demolition"... George Steiner
por Filipa Costa
AULA MEDIA
Olá!
Lembramos a todos os participantes e aos que queiram participar na Apresentação Final / Conferência / Última Tertúlia, que a mesma se realizará terça-feira dia 24 de Abril, pelas 14h30, na Aula Magna, pelo que será essencial a presença de todos para uma melhor e mais proveitosa discussão final do projecto e dos trabalhos realizados.
Além disso, aproveitamos para anunciar que o evento final dos The Media Players será na Quinta-Feira, dia 3 de Maio, no cinema/bar Passos Manuel, onde irá ser apresentado um documentário com e sobre os The Media Players, os eventos e todos os participantes envolvidos, bem como os trabalhos realizados. Além disso, os Ready-Made in China irão presentear-nos com um concerto que surgirá a partir dos media realizados neste primeiro evento dos TMP, e VEC com um dj set elaborado a partir de uma selecção musical nacional.
Obrigados a todos!:)
COMENTA
Os trabalhos estão aí e os comentários podem ser feitos no devido local. Perguntem aos autores as suas motivações, questionem as opções, fomentem a discussão. Todos somos agentes da informação, todos podemos participar!
Obrigados:)
Obrigados:)
Thursday, April 19, 2007
Thursday, April 12, 2007
Tuesday, April 10, 2007
SOBRE O TEXTO "NÃO TENHO DITO" POR FRANCISCO EDUARDO E SOBRE A REFLEXÃO LANÇADA A PARTIR DESSE TEXTO PUBLICADO EM http://fbaup404.blogspot.com/2007/04
por Jorge André Soares (JAS) também conhecido como (TCC) Uma Naro Pero (UNP)
"por Jorge André Soares (JAS) também conhecido como Uma Naro Pero (UNP)" é uma reflexão minha sobre os comentários e a partir, também, dos comentários ao evento The Media Players (TMP), a partir do post do Francisco Eduardo Roldão Cruz (FERC) sobre os TMP e outros ainda sobre o Nemo ou neo emo. Não escrevo para contra-argumentar, nem para concordar, é simplesmente uma visão pessoal com textos de outros que acho necessária. Não vou ser humilde, mas humilde sou.
Qualquer semelhança com textos reais já escritos não é pura coincidência.
(Sobre o TMP enquanto TMP)
Facto é, que é um evento que é por bem que existe. Gera opiniões, mesmo tendo realizado eventos que ora convencem, ora não convencem. Tem um blog que já chegou a ter oitenta comentários a um post ("Domingo Desportivo") e zero, um ou dois nos outros posts. A equipa que o gere achou por bem retirar aqueles comentários com receitas de culinária e ameaças de morte, talvez por preferirem a nouvelle cuisine ou cartas de amor, ou talvez por outra coisa qualquer.
Facto é, que os organizadores não são profissionais, mas os profissionais também não são os organizadores. Facto é que eu gosto de subverter as frases e as frases gostam de ser subvertidas.
Facto é, que convidou autores e alguns aceitaram participar nos moldes em que foram convidados e outros aceitaram participar nos moldes em que não foram convidados. Mas todos participam, nem que por meio da não-participação.
Facto é, que se discute sobre subversão das propostas e se vai discutir sobre subversão das propostas. E só discute quem quer discutir.
(Nota: entenda-se por facto, aquilo que o FERC e eu percepcionamos como factos e nada mais do que isso)
As pessoas têm receio daquilo que não entendem. Pois têm. Quem comunica, fá-lo para si ou para os outros? Para os outros. Mas que outros? Só aqueles que o possam entender? E quantos são esses? Pode comunicar-se um pensamento sob as mais variadas formas, mas o acto de comunicar propõe uma forma de comunicabilidade intelegível para o receptor. A tudo o resto chama-se incomunicabilidade, ou possui "privado" antes ou depois de qualquer termo que lhe quiserem acrescentar. O problema está na identificação dos objectos por parte do receptor quando é confrontado com esses objectos comunicados. Haverá distinção entre objectos de consumo próprio e objectos de consumo em massa (seja de uma elite, de um grupo de pessoas, ou relativo a uma consciência global)? Sim. Essa distinção, parece-me, ser o cerne da questão. Aqui pode falar-se no que é "exterior" e "interior" a um determinado grupo. O TMP propôs essa comunicação - nem de "entendibilidade" universal, nem de particular - que pressupôs a criação de objectos entendíveis a quem os poderia consumir à partida. A tendência parece continuar a ser a - falta-me um termo - coisa, aquela coisa que só pode ser recepcionada por aqueles que "sabem do que eu estou a falar".
A atenção merecida é decidida por quem acha que é merecida a atenção. Quem participa, que vê, quem lá está, quem consome o objecto. Não se queira, portanto, que o entendimento seja universal, mas (e há sempre um mas) o particular só é bom quando a comunicação desse algo particular (individual ou colectivo, ou seja, conhecimento de uma pessoa ou de um pequeno grupo) se torne entendível para o público que o vai receber.
Facto é, que apareceram três trabalhos muito idênticos. Búfalos na pré-história, chats no século XXI... so what? Parecido e idêntico é só Nice, I like it to. Vamos todos fazer "Chuva de Estrelas"? "Ídolos", "Operação Triunfo"? E os originais? E as bandas de garagem? Ficam-se apenas no MySpace ou termómetros ou unpluguedes? Já existem muitos "idênticos". Prefiro assumir o copy'n'paste quando acho pertinente, mas assumi-lo. Ou se calhar é mais: "partilha de preocupações e temáticas comtemporâneas e o fazer história em tempo real, geração dum sentido de comunidade, seja o que lá o que quisermos" - definição de um princípio dos TMP por João Alves Marrucho (JAM), sem ele saber que estava a criar definição. Há muita gente com medo de ser de um clube e há clubes que têm medo que muita gente seja do clube deles. O sentido de comunidade parte do princípio que existe uma comunidade, e a palavra "comunidade" parte de um pressuposto mais abrangente do que um pequeno grupo.
"O nosso bairro não é sequer suficiente para formar uma equipa, quanto mais um campeonato". Será? Mas quem pertence a esse bairro? Será que não mora ninguém no prédio ao lado, que não conhecemos e que não nos conhece, mas que ache pertencer ao mesmo bairro, tal como nós achamos? E esse bairro, tem as casas todas alugadas ou tem quartos para alugar a preço de amigo?
(mudando de assunto, ou voltando ao mesmo)
"Enunciado: fazia uma pequena experiência antes de convidar este povo todo" por Kaiserjose (KJ). Quem é o "povo todo"? Esta é a "pequena experiência". E não será a experiência, em si, positiva?
"Não publicava a lista com os grupos futuros, visto que esta repete intervenientes semanas seguidas" por KJ. Concordo. Sinto que, no início do projecto, essa questão poderia ter sido mais bem estudada. Senti a tua falta, KJ, na discussão da mesma. Senti a tua falta, KJ. O sistema não é perfeito. Faz parte da experiência a noção de que o processo poderia ser diferente, e essa noção faz parte do projecto. Facto é, que o projecto tem desencaixes argumentativos, mas esses desencaixes e são parte do pretendido, porque o argumento não é uma sentença e pressupõe contra-argumento ou co-argumento.
"Esta merda de ser parte de uma proposta de uma cadeira faz muita comichão, mas por uma razão muito simples: eu quando aceitei participar neste projecto não foi com essa consciência; e isto na realidade muda muita coisa.
Facto é, que é ambíguo sobre ser ou não ser um trabalho para nota académica. Facto é, que este último facto me incomoda." mix de KJ + FERC. Muda muita coisa? Incomoda? Facto é, que de facto, não percebo o porquê deste facto. Mas tento responder, citando JAM : "Eu acho que não muda muito... Não vejo qualquer problema para os participantes... se alguém tem de carregar esse fardo, são os Organizadores". Tentámos e tentamos (forma verbal no presente do indicativo).
"Não para o bem mas para o mal é a atitude dos organizadores nos referidos eventos themediaplayers e no blog:
"Facto é, que tem um blog que já chegou a ter 80 comments a um post (incrível). Facto é, que os comments foram omitidos desse blog pela equipa que o gere." por francisco eduardo, neste post; isto se é verdade não me parece muito intelegente, sobretudo depois de ter lido: " Por favor, utilizem este blog como um local de discussão" por KJ, citando, também, FERC.
Hum... quanto aos comentários, continuo a dizer que prefiro nouvelle cuisine e cartas de amor a receitas de culinária e ameaças de morte (reticências) ... Quanto aos eventos, não sei qual foi a má atitude, mas também não te vi por lá, KJ, a compartilhar o seu ponto de vista sobre qual a mais correcta. O intuito do projecto é redimensionar-se com os participantes directos ou indirectos, directa ou indirectamente. "Senti a tua falta, KJ".
(sobre pés e movimentos)
"Ainda assim estão no último ano e em qualquer proposta, devem já pensar e agir com os dois pés fora da escola." por JAM.
Não estamos no último ano, nem deveríamos agir assim, nem assado. Eu não comecei a pensar fora da escola no segundo ano e estou de momento com um cliente, com algum reconhecimento (pouco, mas algum) aqui e ali e com vontade de te/nos ajudar...
"Faz lá como quiseres... Cria um movimento, (parece que a coisa pegou, vá-se lá saber porquê, estes brincalhões com espírito de iniciativa não dão descanso, num é...) um projecto de remisturas, qualquer coisa que não conte com a We generation, como vês amigo, a coisa resultava se já não estivessemos na Me..." por JAM
Gosto mais de me identificar com movimentos e juntar-me a eles, do que criá-los. E não acredito que tenhas criado algum movimento sozinho, JAM. Ao que possas ter feito, chama-se cultura de gosto, chama-se tendência, é pessoal, mas transmissível. Ao individual só cabe o colectivo quando esse indivíduo tiver a noção que precisa do colectivo para surgir o movimento. E o movimento altera-se "por quem" e "para quem" se junte a ele. É um processo de identificação. "Hei! Criei um movimento! As inscrições estão abertas! Para aderir, prime a tecla 1.", "- É verdade ou mentira Brandão?
- É mentira. - É verdade, és um aldrabão!". Não, não digas que é verdade, Brandão. Um dia espero ver-te ali, na Nemo ou neo-emo que não irás controlar. Assim será um movimento, sem criadores, apenas com pioneiros. Mas dou-te o devido valor por tentares, eu gostava de tentar contigo, JAM. Ainda vamos a tempo, pioneiro.
(ps. o Nemo é só uma piada linguística, "com todo o respeito")
"Boa sorte com o mestrado e que te faça bom proveito". Obrigado JAM, acho que vou fazê-lo. Estamos sempre a aprender e acho que posso aprender com o mestrado que escolher :)
AA. FERC
Tuda Jóia! KJ
Respect kido! JAM
E um obrigado a todos que se dignam a fazer História e, sobretudo, a registá-la.
Continuem críticos, continuem participativos.
Gracias pela parte que me toca e pelos TMP.
Tenho dito.
E falo por mim, outra vez (e para quem se quiser juntar).
DITO TENHO por JAS TCC UNP
"por Jorge André Soares (JAS) também conhecido como Uma Naro Pero (UNP)" é uma reflexão minha sobre os comentários e a partir, também, dos comentários ao evento The Media Players (TMP), a partir do post do Francisco Eduardo Roldão Cruz (FERC) sobre os TMP e outros ainda sobre o Nemo ou neo emo. Não escrevo para contra-argumentar, nem para concordar, é simplesmente uma visão pessoal com textos de outros que acho necessária. Não vou ser humilde, mas humilde sou.
Qualquer semelhança com textos reais já escritos não é pura coincidência.
(Sobre o TMP enquanto TMP)
Facto é, que é um evento que é por bem que existe. Gera opiniões, mesmo tendo realizado eventos que ora convencem, ora não convencem. Tem um blog que já chegou a ter oitenta comentários a um post ("Domingo Desportivo") e zero, um ou dois nos outros posts. A equipa que o gere achou por bem retirar aqueles comentários com receitas de culinária e ameaças de morte, talvez por preferirem a nouvelle cuisine ou cartas de amor, ou talvez por outra coisa qualquer.
Facto é, que os organizadores não são profissionais, mas os profissionais também não são os organizadores. Facto é que eu gosto de subverter as frases e as frases gostam de ser subvertidas.
Facto é, que convidou autores e alguns aceitaram participar nos moldes em que foram convidados e outros aceitaram participar nos moldes em que não foram convidados. Mas todos participam, nem que por meio da não-participação.
Facto é, que se discute sobre subversão das propostas e se vai discutir sobre subversão das propostas. E só discute quem quer discutir.
(Nota: entenda-se por facto, aquilo que o FERC e eu percepcionamos como factos e nada mais do que isso)
As pessoas têm receio daquilo que não entendem. Pois têm. Quem comunica, fá-lo para si ou para os outros? Para os outros. Mas que outros? Só aqueles que o possam entender? E quantos são esses? Pode comunicar-se um pensamento sob as mais variadas formas, mas o acto de comunicar propõe uma forma de comunicabilidade intelegível para o receptor. A tudo o resto chama-se incomunicabilidade, ou possui "privado" antes ou depois de qualquer termo que lhe quiserem acrescentar. O problema está na identificação dos objectos por parte do receptor quando é confrontado com esses objectos comunicados. Haverá distinção entre objectos de consumo próprio e objectos de consumo em massa (seja de uma elite, de um grupo de pessoas, ou relativo a uma consciência global)? Sim. Essa distinção, parece-me, ser o cerne da questão. Aqui pode falar-se no que é "exterior" e "interior" a um determinado grupo. O TMP propôs essa comunicação - nem de "entendibilidade" universal, nem de particular - que pressupôs a criação de objectos entendíveis a quem os poderia consumir à partida. A tendência parece continuar a ser a - falta-me um termo - coisa, aquela coisa que só pode ser recepcionada por aqueles que "sabem do que eu estou a falar".
A atenção merecida é decidida por quem acha que é merecida a atenção. Quem participa, que vê, quem lá está, quem consome o objecto. Não se queira, portanto, que o entendimento seja universal, mas (e há sempre um mas) o particular só é bom quando a comunicação desse algo particular (individual ou colectivo, ou seja, conhecimento de uma pessoa ou de um pequeno grupo) se torne entendível para o público que o vai receber.
Facto é, que apareceram três trabalhos muito idênticos. Búfalos na pré-história, chats no século XXI... so what? Parecido e idêntico é só Nice, I like it to. Vamos todos fazer "Chuva de Estrelas"? "Ídolos", "Operação Triunfo"? E os originais? E as bandas de garagem? Ficam-se apenas no MySpace ou termómetros ou unpluguedes? Já existem muitos "idênticos". Prefiro assumir o copy'n'paste quando acho pertinente, mas assumi-lo. Ou se calhar é mais: "partilha de preocupações e temáticas comtemporâneas e o fazer história em tempo real, geração dum sentido de comunidade, seja o que lá o que quisermos" - definição de um princípio dos TMP por João Alves Marrucho (JAM), sem ele saber que estava a criar definição. Há muita gente com medo de ser de um clube e há clubes que têm medo que muita gente seja do clube deles. O sentido de comunidade parte do princípio que existe uma comunidade, e a palavra "comunidade" parte de um pressuposto mais abrangente do que um pequeno grupo.
"O nosso bairro não é sequer suficiente para formar uma equipa, quanto mais um campeonato". Será? Mas quem pertence a esse bairro? Será que não mora ninguém no prédio ao lado, que não conhecemos e que não nos conhece, mas que ache pertencer ao mesmo bairro, tal como nós achamos? E esse bairro, tem as casas todas alugadas ou tem quartos para alugar a preço de amigo?
(mudando de assunto, ou voltando ao mesmo)
"Enunciado: fazia uma pequena experiência antes de convidar este povo todo" por Kaiserjose (KJ). Quem é o "povo todo"? Esta é a "pequena experiência". E não será a experiência, em si, positiva?
"Não publicava a lista com os grupos futuros, visto que esta repete intervenientes semanas seguidas" por KJ. Concordo. Sinto que, no início do projecto, essa questão poderia ter sido mais bem estudada. Senti a tua falta, KJ, na discussão da mesma. Senti a tua falta, KJ. O sistema não é perfeito. Faz parte da experiência a noção de que o processo poderia ser diferente, e essa noção faz parte do projecto. Facto é, que o projecto tem desencaixes argumentativos, mas esses desencaixes e são parte do pretendido, porque o argumento não é uma sentença e pressupõe contra-argumento ou co-argumento.
"Esta merda de ser parte de uma proposta de uma cadeira faz muita comichão, mas por uma razão muito simples: eu quando aceitei participar neste projecto não foi com essa consciência; e isto na realidade muda muita coisa.
Facto é, que é ambíguo sobre ser ou não ser um trabalho para nota académica. Facto é, que este último facto me incomoda." mix de KJ + FERC. Muda muita coisa? Incomoda? Facto é, que de facto, não percebo o porquê deste facto. Mas tento responder, citando JAM : "Eu acho que não muda muito... Não vejo qualquer problema para os participantes... se alguém tem de carregar esse fardo, são os Organizadores". Tentámos e tentamos (forma verbal no presente do indicativo).
"Não para o bem mas para o mal é a atitude dos organizadores nos referidos eventos themediaplayers e no blog:
"Facto é, que tem um blog que já chegou a ter 80 comments a um post (incrível). Facto é, que os comments foram omitidos desse blog pela equipa que o gere." por francisco eduardo, neste post; isto se é verdade não me parece muito intelegente, sobretudo depois de ter lido: " Por favor, utilizem este blog como um local de discussão" por KJ, citando, também, FERC.
Hum... quanto aos comentários, continuo a dizer que prefiro nouvelle cuisine e cartas de amor a receitas de culinária e ameaças de morte (reticências) ... Quanto aos eventos, não sei qual foi a má atitude, mas também não te vi por lá, KJ, a compartilhar o seu ponto de vista sobre qual a mais correcta. O intuito do projecto é redimensionar-se com os participantes directos ou indirectos, directa ou indirectamente. "Senti a tua falta, KJ".
(sobre pés e movimentos)
"Ainda assim estão no último ano e em qualquer proposta, devem já pensar e agir com os dois pés fora da escola." por JAM.
Não estamos no último ano, nem deveríamos agir assim, nem assado. Eu não comecei a pensar fora da escola no segundo ano e estou de momento com um cliente, com algum reconhecimento (pouco, mas algum) aqui e ali e com vontade de te/nos ajudar...
"Faz lá como quiseres... Cria um movimento, (parece que a coisa pegou, vá-se lá saber porquê, estes brincalhões com espírito de iniciativa não dão descanso, num é...) um projecto de remisturas, qualquer coisa que não conte com a We generation, como vês amigo, a coisa resultava se já não estivessemos na Me..." por JAM
Gosto mais de me identificar com movimentos e juntar-me a eles, do que criá-los. E não acredito que tenhas criado algum movimento sozinho, JAM. Ao que possas ter feito, chama-se cultura de gosto, chama-se tendência, é pessoal, mas transmissível. Ao individual só cabe o colectivo quando esse indivíduo tiver a noção que precisa do colectivo para surgir o movimento. E o movimento altera-se "por quem" e "para quem" se junte a ele. É um processo de identificação. "Hei! Criei um movimento! As inscrições estão abertas! Para aderir, prime a tecla 1.", "- É verdade ou mentira Brandão?
- É mentira. - É verdade, és um aldrabão!". Não, não digas que é verdade, Brandão. Um dia espero ver-te ali, na Nemo ou neo-emo que não irás controlar. Assim será um movimento, sem criadores, apenas com pioneiros. Mas dou-te o devido valor por tentares, eu gostava de tentar contigo, JAM. Ainda vamos a tempo, pioneiro.
(ps. o Nemo é só uma piada linguística, "com todo o respeito")
"Boa sorte com o mestrado e que te faça bom proveito". Obrigado JAM, acho que vou fazê-lo. Estamos sempre a aprender e acho que posso aprender com o mestrado que escolher :)
AA. FERC
Tuda Jóia! KJ
Respect kido! JAM
E um obrigado a todos que se dignam a fazer História e, sobretudo, a registá-la.
Continuem críticos, continuem participativos.
Gracias pela parte que me toca e pelos TMP.
Tenho dito.
E falo por mim, outra vez (e para quem se quiser juntar).
DITO TENHO por JAS TCC UNP
Monday, April 09, 2007
FACTO É FACTO, DE FACTO
posted by Francisco Eduardo on FBAUP 404
Quinta-feira, Abril 05, 2007
"NÃO TENHO DITO.
"Não tenho dito" é uma reflexão minha sobre o evento The Media Players. Não escrevo para contra-argumentar, nem para concordar, é simplesmente uma visão pessoal que acho necessária. Não vou ser humilde.
(Premissas)
Facto é, que é um evento que é por bem que existe.
Facto é, que gera opiniões que se mutam e não está desprovido do número – já aconteceu três vezes (o evento).
Facto é, que é um evento que ora convence ora desconvence.
Facto é, que tem um blog que já chegou a ter 80 comments a um post (incrível).
Facto é, que os comments foram omitidos desse blog pela equipa que o gere.
Facto é, que os organizadores não são profissionais (de organização de eventos, está claro).
Facto é, que o projecto tem desencaixes argumentativos.
Facto é, que há lugar para esses desencaixes e são parte do pretendido.
Facto é, que é ambíguo sobre ser ou não ser um trabalho para nota académica.
Facto é, que este último facto me incomoda.
Facto é, que é bastante pretencioso.
Facto é, que escolheu participantes.
Facto é, que os participantes aceitaram.
Facto é, que sou participante e sou pretencioso.
Facto é, que muitos participantes não estão a participar.
(deixem de ler os “factos és”, pensava que isto ia ficar mais curto.)
Facto é também, que se discute internamente sobre subversão das propostas.
Facto é, que não se discute externamente sobre subversão das propostas.
Facto é, que eu sou externo à Galeria Graça Brandão.
Facto é, que é participante aquele que quiser ser.
(Nota: entenda-se por facto, aquilo que eu, percepcionei como facto e nada mais do que isso.)
Eu na primeira hora entendo que o entendimento de uma repetição repetição , explicada logo à frente, a dizer que é propositadamente repetida, é habitualmente engraçado mas não é preciso explicar repetidamente sem conta. Para quem quiser ter o trabalho, estou a responder a mim mesmo, com grande classe, a um texto que escrevi recentemente como prefácio na revista aguas furtadas. Isto a propósito de contra-argumentações. Escrito, meu amigo, é mandatado, é credenciado, há sempre volta a dar. A gente tem tempo. - É verdade ou mentira Brandão?
-É mentira. –É verdade, és um aldrabão!
A propósito também, lembro-me agora que assisti já há uns anos a um debate político, entre dois lideres partidários, em que o primeiro falou sobre o alegado programa do seu partido. Deixou de seguida o outro contra-argumentar e este fê-lo acesamente, ao que o primeiro respondeu: - o que eu estive a ler foi o proposta eleitoral do seu partido! - E esta?
As pessoas têm receio daquilo que não entendem. Por vezes sinto-o no Media. Habituei-me a ter, pois claro, um olhar bastante analítico sobre as coisas e principalmente sobre aquelas que menos facilmente me prenderiam durante tempo longo. Uma imagem por exemplo. É proibido, mas pode, ser só bonita e ter um entendimento muito próprio de imagens e não de palavras! Não sou contra o microfone, nem contra a tertúlia gerada habitualmente no players. Mas the facto sinto que à pouco espaço de visualização, para uma dissecação tão rápida e conclusiva. Senti muito do que falo, neste último evento, precisamente porque gostei muito da imagem que escolhi, não era uma subversão à proposta e não teve a atenção merecida. Nem todos temos as mesmas mochilas, e não se queira portanto que o entendimento seja universal. A imagem em causa foi feita a partir do vídeo do João e do João, foi feita com toda a seriedade, e disso não haja dúvidas. Não quero fazer uma relação directa porque isso não me interessa.
Não querendo acrescentar mais, ainda bem que existe o projecto. Eu como o facto número dois me diz, há dias que gosto muito, há outros (e só sobra um) que gosto menos, mas não chego a não gostar. Abraço e parabéns aos autores, principalmente ao Jorge que tem apanhado por tabela. A.A.
ah, esqueci-me deste lá em cima:
Facto é, que apareceram três trabalhos muito idênticos."
Quinta-feira, Abril 05, 2007
"NÃO TENHO DITO.
"Não tenho dito" é uma reflexão minha sobre o evento The Media Players. Não escrevo para contra-argumentar, nem para concordar, é simplesmente uma visão pessoal que acho necessária. Não vou ser humilde.
(Premissas)
Facto é, que é um evento que é por bem que existe.
Facto é, que gera opiniões que se mutam e não está desprovido do número – já aconteceu três vezes (o evento).
Facto é, que é um evento que ora convence ora desconvence.
Facto é, que tem um blog que já chegou a ter 80 comments a um post (incrível).
Facto é, que os comments foram omitidos desse blog pela equipa que o gere.
Facto é, que os organizadores não são profissionais (de organização de eventos, está claro).
Facto é, que o projecto tem desencaixes argumentativos.
Facto é, que há lugar para esses desencaixes e são parte do pretendido.
Facto é, que é ambíguo sobre ser ou não ser um trabalho para nota académica.
Facto é, que este último facto me incomoda.
Facto é, que é bastante pretencioso.
Facto é, que escolheu participantes.
Facto é, que os participantes aceitaram.
Facto é, que sou participante e sou pretencioso.
Facto é, que muitos participantes não estão a participar.
(deixem de ler os “factos és”, pensava que isto ia ficar mais curto.)
Facto é também, que se discute internamente sobre subversão das propostas.
Facto é, que não se discute externamente sobre subversão das propostas.
Facto é, que eu sou externo à Galeria Graça Brandão.
Facto é, que é participante aquele que quiser ser.
(Nota: entenda-se por facto, aquilo que eu, percepcionei como facto e nada mais do que isso.)
Eu na primeira hora entendo que o entendimento de uma repetição repetição , explicada logo à frente, a dizer que é propositadamente repetida, é habitualmente engraçado mas não é preciso explicar repetidamente sem conta. Para quem quiser ter o trabalho, estou a responder a mim mesmo, com grande classe, a um texto que escrevi recentemente como prefácio na revista aguas furtadas. Isto a propósito de contra-argumentações. Escrito, meu amigo, é mandatado, é credenciado, há sempre volta a dar. A gente tem tempo. - É verdade ou mentira Brandão?
-É mentira. –É verdade, és um aldrabão!
A propósito também, lembro-me agora que assisti já há uns anos a um debate político, entre dois lideres partidários, em que o primeiro falou sobre o alegado programa do seu partido. Deixou de seguida o outro contra-argumentar e este fê-lo acesamente, ao que o primeiro respondeu: - o que eu estive a ler foi o proposta eleitoral do seu partido! - E esta?
As pessoas têm receio daquilo que não entendem. Por vezes sinto-o no Media. Habituei-me a ter, pois claro, um olhar bastante analítico sobre as coisas e principalmente sobre aquelas que menos facilmente me prenderiam durante tempo longo. Uma imagem por exemplo. É proibido, mas pode, ser só bonita e ter um entendimento muito próprio de imagens e não de palavras! Não sou contra o microfone, nem contra a tertúlia gerada habitualmente no players. Mas the facto sinto que à pouco espaço de visualização, para uma dissecação tão rápida e conclusiva. Senti muito do que falo, neste último evento, precisamente porque gostei muito da imagem que escolhi, não era uma subversão à proposta e não teve a atenção merecida. Nem todos temos as mesmas mochilas, e não se queira portanto que o entendimento seja universal. A imagem em causa foi feita a partir do vídeo do João e do João, foi feita com toda a seriedade, e disso não haja dúvidas. Não quero fazer uma relação directa porque isso não me interessa.
Não querendo acrescentar mais, ainda bem que existe o projecto. Eu como o facto número dois me diz, há dias que gosto muito, há outros (e só sobra um) que gosto menos, mas não chego a não gostar. Abraço e parabéns aos autores, principalmente ao Jorge que tem apanhado por tabela. A.A.
ah, esqueci-me deste lá em cima:
Facto é, que apareceram três trabalhos muito idênticos."
Saturday, March 31, 2007
SEXTA FEIRA APÁTICA
Olá a todos.
Fazendo um breve comentário respectivo à terceira semana do projecto, não podemos deixar de incluir uma reflexão sobre a regressiva qualidade dos eventos. Aqui não está em causa a qualidade ou validade dos trabalhos apresentados mas sim uma provável falta de participação dos intervenientes.
Tendo em conta que a afluência de público, assim como o interesse do mesmo tem vindo a decrescer desde o primeiro evento, sugerimos a utilização deste blog para discussão dos seguintes tópicos.
A principal razão (ou desculpa) desta apatia generalizada deve-se à "falta de tempo"?.
Os trabalhos apresentados surgem com características semelhantes entre eles, porquê?
O projecto, assim como os seus participantes e trabalhos deveriam estar sujeitos a uma crítica mais severa?
Que medidas tomar para revitalizar as quintas feiras dos media players?
Agradecemos que apresentem as vossas sugestões, comentários e críticas.
Em relação à sexta-feira passada, temos a dizer que o local escolhido não foi o melhor para uma apresentação: demasiadas distracções.
Mais de metade dos participantes da terceira semana estiveram ausentes.
Dois trabalhos não foram apresentados ao público: a imagem de Sérgio Couto + Pedro Augusto e o vídeo de Miguel Marinheiro + Rafael Gonçalves.
Apenas dois dos participantes (João Marrucho e Paulo Martins) no projecto fizeram comentários durante a apresentação.
Mais de metade dos (presentes) participantes no projecto fez comentários no fim da apresentação.
Continua a existir trabalhos que não são comentados pelos próprios autores.
Continua a não existir uma reacção à interpretação dos seus próprios trabalhos.
Continua a existir demasiada passividade num projecto que seria, nas palavras dos próprios intervenientes, "ambicioso", "viciante", "entusiasmante", "refrescante".
Por favor, utilizem este blog como um local de discussão uma vez que parece ser mais fácil bater do que falar.
Obrigado a quem compareceu.
Bom fim-de-semana.
Fazendo um breve comentário respectivo à terceira semana do projecto, não podemos deixar de incluir uma reflexão sobre a regressiva qualidade dos eventos. Aqui não está em causa a qualidade ou validade dos trabalhos apresentados mas sim uma provável falta de participação dos intervenientes.
Tendo em conta que a afluência de público, assim como o interesse do mesmo tem vindo a decrescer desde o primeiro evento, sugerimos a utilização deste blog para discussão dos seguintes tópicos.
A principal razão (ou desculpa) desta apatia generalizada deve-se à "falta de tempo"?.
Os trabalhos apresentados surgem com características semelhantes entre eles, porquê?
O projecto, assim como os seus participantes e trabalhos deveriam estar sujeitos a uma crítica mais severa?
Que medidas tomar para revitalizar as quintas feiras dos media players?
Agradecemos que apresentem as vossas sugestões, comentários e críticas.
Em relação à sexta-feira passada, temos a dizer que o local escolhido não foi o melhor para uma apresentação: demasiadas distracções.
Mais de metade dos participantes da terceira semana estiveram ausentes.
Dois trabalhos não foram apresentados ao público: a imagem de Sérgio Couto + Pedro Augusto e o vídeo de Miguel Marinheiro + Rafael Gonçalves.
Apenas dois dos participantes (João Marrucho e Paulo Martins) no projecto fizeram comentários durante a apresentação.
Mais de metade dos (presentes) participantes no projecto fez comentários no fim da apresentação.
Continua a existir trabalhos que não são comentados pelos próprios autores.
Continua a não existir uma reacção à interpretação dos seus próprios trabalhos.
Continua a existir demasiada passividade num projecto que seria, nas palavras dos próprios intervenientes, "ambicioso", "viciante", "entusiasmante", "refrescante".
Por favor, utilizem este blog como um local de discussão uma vez que parece ser mais fácil bater do que falar.
Obrigado a quem compareceu.
Bom fim-de-semana.
Thursday, March 29, 2007
READY MADE EM AVEIRO
Wednesday, March 28, 2007
ÁSTATO PLAYERS
Show Time: | 30 Mar 2007 - 22:15 |
Venue Name: | Ástato Play! DJ Megamix2008 // +1 // DJ Mediamarkt Roterdam |
Address: | Flash Caffé Free Clubbin' (ex-Valentinos) Rua da Sony na Baixa |
City: | Porto |
Country: | Portugal |
Zip/Postal Code: | |
Cost: | 2.5 consuméis (oferta da 3ª bebida) |
Description: | Tertúlia Media Players // Party Ástato Play! Aniversário do Marrucho com Ástato DJ-Set & dutch Mark guest! |
Tuesday, March 27, 2007
APÓS OS PEDIDOS DE DIVERSAS FAMÍLIAS
Vamos colocar neste blogue os trabalhos até então desenvolvidos pelos media players.
Obrigado:)
Obrigado:)
AS NOSSAS QUINTAS SÃO TÃO BELAS!
Quinta-Feira, 29 de Março
21h30 @ Bar.Ba, Bar da FBAUP
Lançamento do número zero da "Manga de Colete" + Tertúlia
"Busca, Senta, Deita, Rebola, Finge de Morto" , a partir do texto de Vítor Martins "A Arte na Universidade"
à conversa com: Fátima Séneca, Fernando José Pereira, Maria José Goulão, Miguel Leal; moderada por Vítor Martins.
e a seguir...
a partir das 22h00 @ Passos Manuel
Lançamento de cd / concertos / dj sets da Marvellous Tone
CONCERTO - Auditório - BLUE BOBBY aka RITA BRAGA // Live-Act - Clube - ÚLTIMO // MTONE (djset)
MARVELLOUS TONE (MTONE) é um colectivo/cdr label que se tem feito representar em inúmeros concertos e dj sets em cidades como Leiria, Lisboa, Aveiro e sobretudo Porto, já desde 2004. Mas é desde 2006 que se dedica a editar e apoiar vários projectos de música electrónica portugueses dentro das tendências glitch, braindance, corestep e experimental. Tem também colaborado com as editoras SOOPA e ÁSTATOCDR.
Nesta noite, será lançado um sampler cd (em edição serigráfica) com faixas de: TONKEE, ACID DA SEMANA, PROJECTO GENTILEZA, NAPA, GHUNA X, ÚLTIMO e COEX; oferecido a quem escolher assistir no auditório ao concerto de BLUE BOBBY aka RITA BRAGA (3€), e que posteriormente estará à venda por 2€.
+info
www.myspace.com/marvelloustone
www.soopa.org
www.astatocdr.blogspot.com
www.criancaquaqua.blogspot.com
21h30 @ Bar.Ba, Bar da FBAUP
Lançamento do número zero da "Manga de Colete" + Tertúlia
"Busca, Senta, Deita, Rebola, Finge de Morto" , a partir do texto de Vítor Martins "A Arte na Universidade"
à conversa com: Fátima Séneca, Fernando José Pereira, Maria José Goulão, Miguel Leal; moderada por Vítor Martins.
e a seguir...
a partir das 22h00 @ Passos Manuel
Lançamento de cd / concertos / dj sets da Marvellous Tone
CONCERTO - Auditório - BLUE BOBBY aka RITA BRAGA // Live-Act - Clube - ÚLTIMO // MTONE (djset)
MARVELLOUS TONE (MTONE) é um colectivo/cdr label que se tem feito representar em inúmeros concertos e dj sets em cidades como Leiria, Lisboa, Aveiro e sobretudo Porto, já desde 2004. Mas é desde 2006 que se dedica a editar e apoiar vários projectos de música electrónica portugueses dentro das tendências glitch, braindance, corestep e experimental. Tem também colaborado com as editoras SOOPA e ÁSTATOCDR.
Nesta noite, será lançado um sampler cd (em edição serigráfica) com faixas de: TONKEE, ACID DA SEMANA, PROJECTO GENTILEZA, NAPA, GHUNA X, ÚLTIMO e COEX; oferecido a quem escolher assistir no auditório ao concerto de BLUE BOBBY aka RITA BRAGA (3€), e que posteriormente estará à venda por 2€.
+info
www.myspace.com/marvelloustone
www.soopa.org
www.astatocdr.blogspot.com
www.criancaquaqua.blogspot.com
ÁGUAS FURTADAS
Poemas de Angélica Freitas (com introdução de Ricardo Domeneck), Rogério Rôla (com introdução de Margarida Vale de Gato), Vítor Oliveira Jorge, Pedro Amaral, Gez Walsh (com tradução de Hélder Moura Pereira), Stéphane Mallarmé (com tradução de Manuel Resende) e William Shakespeare (com tradução de Manuel Resende).
Contos de António Gregório e Luís Graça.
Ensaios de Manuel António Pina, Tiago Bartolomeu Costa e Samuel Silva. Ensaios sobre música de João Pedro d'Alvarenga e Nuno Peixoto de Pinho.
Ilustrações de Arff, Ana Justo, João Marçal, Francisco Cruz, Pedro Augusto, Scotch, Ana Xé Ribeiro e Agostinho Santos.
Arte de Samuel Silva, Christina Casnellie e Jorge Soares.
Fotografias de Ângelo Fernandes, Filipe Silva, Luís Duarte, Hélio Mateus, Sofia Serrão e Fátima Séneca.
Bd de Francisco Queimadela apartir de Milo Manara..
Partituras de Ângela Ponte e Nuno Estrela.
Capa dos Bolos Quentes.
Informações e encomendas: jup@jup.pt
Encomendas através do serviço on-line da livraria Leitura.
:)
VAMOS TODOS!
Instalação a decorrer na Galeria da AEFBAUP
nos dias 28 e 30 de Março e ainda nos dias 4, 5, 11,12 e 17 de Abril.
No âmbito da Unidade Curricular de Desenho Gráfico, do 4º ano da Licenciatura em Design de Comunicação. O grupo autor é formado por Augusta e Araújo, Carina Dias, Juliana Martins e Paula Leal.
INTENÇÃO DO PROJECTO
No livro 'As Cidades Invisíveis', de Italo Calvino, tudo gira em torno da imaginação e da associação livre... Várias histórias, também elas imaginárias, são narradas e é deixado espaço para que o ouvinte e mesmo o leitor crie mentalmente uma visualização de imagens e espaços. A imaginação e a interpretação subjectiva dos dados fornecidos por outrém, assim como a diversidade de resultados e combinações que os mesmos dados podem gerar são os pressupostos base em que assenta o nosso projecto de instalação.
Assim pretende-se:
_ explorar múltiplas interpretações através do registo audiovisual do
projecto pelos utilizadores
_ explorar diferentes formas de interacção com o espaço e com os meios
_ deixar espaço para que cada um, a partir da matéria fornecida,
construa uma nova narrativa segundo a sua própria experiência e
segundo a interpretação que faz do som escolhido à partida
_ o utilizador assume aqui uma função essencial na realização do projecto
_ no final pretende-se obter uma série diversificada de projectos
audiovisuais criados pelos próprios utilizadores que culminará numa
compilação dos mesmos a ser disponibilizada num documento multimédia
RESULTADOS PRETENDIDOS
_ o registo feito por cada utilizador funcionará como uma espécie de
materialização visual daquilo que o ambiente lhe sugere
_ no final o que se pretende obter é uma recolha de diferentes
registos, narrativas, sequências, interpretações
:)
Monday, March 26, 2007
BOAS PESSOAL DA ÁSTATO!
Date: Mon, 26 Mar 2007 07:10:41 -0700 (PDT)
From: "media players"
Subject: Boas pessoal da Ástato!
To: astatocdr@gmail.com
Como acordado em conversa prévia, teremos todo o gosto em organizarmos o próximo evento convosco, pelo que esperamos uma confirmação do espaço pela vossa parte.
Há que começar a pensar naquela ideia dos flyers sonoros...
Esperamos uma resposta.
Obrigados!
The Media Players
From: "media players"
Subject: Boas pessoal da Ástato!
To: astatocdr@gmail.com
Como acordado em conversa prévia, teremos todo o gosto em organizarmos o próximo evento convosco, pelo que esperamos uma confirmação do espaço pela vossa parte.
Há que começar a pensar naquela ideia dos flyers sonoros...
Esperamos uma resposta.
Obrigados!
The Media Players
AS DONAS DA BOLA
Um comentário breve ao segundo evento: foi fixe!
E à excelente participação das meninas (lindas) da (minha) turma :) e de todos os que estiveram presentes. Com ou sem microfone, com ou sem tabaco no salão de conferências, um bem haja a todos os que lá estiveram e para aqueles que lá podiam ter estado.
Foi bom, pena a cerveja ter acabado antes da festa, mas esperem pela próxima, que será mesmo uma festa! ;)
"Há que dar a mão à palmatória!"
A elas que lá estiveram, ao Telmo e Thierry pela ajuda, e ao Marrucho por isto e por aquilo...e a quem tocou piano, Obrigado!
Tenho dito.
A braços e a Deus.
Jorge Soares
E à excelente participação das meninas (lindas) da (minha) turma :) e de todos os que estiveram presentes. Com ou sem microfone, com ou sem tabaco no salão de conferências, um bem haja a todos os que lá estiveram e para aqueles que lá podiam ter estado.
Foi bom, pena a cerveja ter acabado antes da festa, mas esperem pela próxima, que será mesmo uma festa! ;)
"Há que dar a mão à palmatória!"
A elas que lá estiveram, ao Telmo e Thierry pela ajuda, e ao Marrucho por isto e por aquilo...e a quem tocou piano, Obrigado!
Tenho dito.
A braços e a Deus.
Jorge Soares
Wednesday, March 21, 2007
POST IT
Relembramos que os vossos trabalhos deverão ser entregues até quinta-feira 22, ás 22 horas.
Se surgirem algumas dúvidas, obstáculos e acidentes que possam pôr em causa o vosso trabalho, não hesitem em contactar o nosso mail: mediaplayers@yahoo.com
Continuação de um bom trabalho, esperamos sinceramente que esteja tudo a correr bem.
Se surgirem algumas dúvidas, obstáculos e acidentes que possam pôr em causa o vosso trabalho, não hesitem em contactar o nosso mail: mediaplayers@yahoo.com
Continuação de um bom trabalho, esperamos sinceramente que esteja tudo a correr bem.
"PLAY IT AGAIN, SAM"
"Play It Again Sam"
Mostra de trabalhos de variados autores, no 2º evento dos The Media Players.
Discussão e tertúlia.
Cerveja Barata e festa com dj set dos 2 Many Players.
Traz as músicas que quiseres, que passarão durante a noite! :)
Obrigados,
The Media Players
CIRCULO CATÓLICO DE OPERÁRIOS DO PORTO
Rua Duque de Loulé, 202 - Porto
Monday, March 19, 2007
DOMINGO DESPORTIVO
Nem sei por onde começar, mas talvez seja melhor pelo início.
O projecto The Media Players faz parte de uma cadeira de faculdade, é um projecto que assenta numa lógica académica de aplicação e aplicabilidade de conhecimentos adquiridos. Ao escolhermos este tipo de projecto, sabíamos o que queríamos, mas não no que nos estávamos a meter. A pressão e a responsabilidade eram menores.
A turma de desenho gráfico, da disciplina em questão, foi convidada massivamente. Pensando melhor, não terá sido esta uma forma eficaz de convite, visto que ninguém se mostrou interessado. Realmente, essa proposta não foi feita individualmente, de forma menos fria, talvez. Mas, mesmo assim, o facto é que, mesmo no nosso primeiro evento, só duas pessoas da minha turma apareceram. Espero que se tenha devido apenas ao facto do excesso de trabalho em que o quarto ano de design está, de momento, envolvido. Espero, sinceramente. Mas não estamos todos? Não sei. Foi só o primeiro evento.
Este facto inicial remete-me para uma ideia que gostava de partilhar, algo que vai para além do primeiro evento dos The Media Players (TMP), mas que o inclui como parte dessa ideia. Os autores que surgiram para serem convidados, não foram propostos ao acaso, mas também foram muitos os que ficaram por convidar. Talvez para que haja margem para outro evento, ou porque de momento não pensávamos que os outros nomes lançados estariam "muito virados para aí"... Mas o facto é que os autores estão aqui e os resultados estão aí. Conto-vos a história de uma geração, nem melhor, nem pior que as outras. Não sei em quem começa e em quem acaba - ou talvez não - mas prefiro a falsa ignorância à especulação mesquinha. Apenas chamo a atenção para um grupo que partilha um conjunto de interesses, talvez, diferentes da maioria, supostamente, desinteressada.
Ontem vi o novo programa da TVI, "A Bela e o Mestre". A dada altura, face a uma pergunta da pivôt sobre a ignorância das "belas" concorrentes, o membro argentino do júri defendeu a ideia de que elas não sabem identificar quem é o Fidel Castro, o Camões e o Bocage porque simplesmente não precisam de o saber, já que só as mamas e o cu interessam na sua área. Concordo, em parte, com a teoria, mas não relativamente ao conhecimento geral. O conhecimento particular, esse sim. Por vezes não nos interessa, dá-nos sono. Este tipo de selecção e filtragem da cultura é algo que faz parte da natureza do homem, mas aplica-se mais a uns do que outros.
Deste ponto, faço a ponte para os interesses de quem esteve no primeiro evento dos TMP porque quis e de quem não esteve, porque não lhe interessou. E faço a ponte para a geração. A noção geracional já vem de longas conversas de café anteriormente discutidas. A noção de que há um conjunto de interesses mútuos também não é nada de novo. Mas ter-se-ão juntado estas pessoas num evento que serve de pretexto para a discussão prática dos trabalhos de cada um daqueles que partilham desses interesses? Terá surgido um grupo disposto à tertúlia, situada entre o formalismo e o informalismo de discurso?
Quem não apreciou o primeiro evento dos TMP ponha o dedo no ar. Falo assim porque não guardo humildade do que um pequeno grupo que tenta fazer um trabalho de escola conseguiu na mente dos muitos que estiveram no Senhorio. Mesmo sendo redutor, o trabalho é, de facto, de escola, embora ambicionemos mais do que isso. Mas esse ponto não é essencial. Não me interessa muito, nesta primeira fase, uma avaliação prematura dos trabalhos dos media players. Eles estão feitos, foram discutidos e estão registados. Avaliando o contexto em que foram realizados, não penso pertinente uma necessidade veemente de os analisar. Prende-me desde quinta-feira uma questão de fundo, pelo qual esperei por um maior distanciamento do estado quente do momento para a analisar. O facto de existir um grupo, um conjunto de pessoas que, mesmo não fazendo parte deste primeiro núcleo dos media players, esteve disposto à discussão envolvente de uma estrutura, um conceito, um conjunto de trabalhos, isso sim, é importante lembrar. O facto de haver um entusiasmo em volta de um projecto part-time, sem aparentes objectivos práticos e sem exposição marcada é importante referir. O facto de um conjunto de interesses mútuos entre indivíduos ter encontrado um ponto de intersecção, é sim, importante registar.
Este, para mim, é o cerne da questão. A participação consciente daqueles que sabem que estão a passar as conversas dispersas de café para um nível de discussão de salutar. Trata-se de um conjunto de interesses, trata-se, talvez, de uma geração que os partilha. Ou apenas uma data de pessoas que gostam disto e se sentem orgulhosas por fazer parte disto. Eu sinto orgulho em nós, em todos. Os The Media Players apenas é o nome que motivou o registo desta reflexão e não é mais nada do que isso. E não é um projecto meu, nem nosso, é de quem já faz parte dele.
E falo por mim.
Tenho dito.
Jorge Soares
O projecto The Media Players faz parte de uma cadeira de faculdade, é um projecto que assenta numa lógica académica de aplicação e aplicabilidade de conhecimentos adquiridos. Ao escolhermos este tipo de projecto, sabíamos o que queríamos, mas não no que nos estávamos a meter. A pressão e a responsabilidade eram menores.
A turma de desenho gráfico, da disciplina em questão, foi convidada massivamente. Pensando melhor, não terá sido esta uma forma eficaz de convite, visto que ninguém se mostrou interessado. Realmente, essa proposta não foi feita individualmente, de forma menos fria, talvez. Mas, mesmo assim, o facto é que, mesmo no nosso primeiro evento, só duas pessoas da minha turma apareceram. Espero que se tenha devido apenas ao facto do excesso de trabalho em que o quarto ano de design está, de momento, envolvido. Espero, sinceramente. Mas não estamos todos? Não sei. Foi só o primeiro evento.
Este facto inicial remete-me para uma ideia que gostava de partilhar, algo que vai para além do primeiro evento dos The Media Players (TMP), mas que o inclui como parte dessa ideia. Os autores que surgiram para serem convidados, não foram propostos ao acaso, mas também foram muitos os que ficaram por convidar. Talvez para que haja margem para outro evento, ou porque de momento não pensávamos que os outros nomes lançados estariam "muito virados para aí"... Mas o facto é que os autores estão aqui e os resultados estão aí. Conto-vos a história de uma geração, nem melhor, nem pior que as outras. Não sei em quem começa e em quem acaba - ou talvez não - mas prefiro a falsa ignorância à especulação mesquinha. Apenas chamo a atenção para um grupo que partilha um conjunto de interesses, talvez, diferentes da maioria, supostamente, desinteressada.
Ontem vi o novo programa da TVI, "A Bela e o Mestre". A dada altura, face a uma pergunta da pivôt sobre a ignorância das "belas" concorrentes, o membro argentino do júri defendeu a ideia de que elas não sabem identificar quem é o Fidel Castro, o Camões e o Bocage porque simplesmente não precisam de o saber, já que só as mamas e o cu interessam na sua área. Concordo, em parte, com a teoria, mas não relativamente ao conhecimento geral. O conhecimento particular, esse sim. Por vezes não nos interessa, dá-nos sono. Este tipo de selecção e filtragem da cultura é algo que faz parte da natureza do homem, mas aplica-se mais a uns do que outros.
Deste ponto, faço a ponte para os interesses de quem esteve no primeiro evento dos TMP porque quis e de quem não esteve, porque não lhe interessou. E faço a ponte para a geração. A noção geracional já vem de longas conversas de café anteriormente discutidas. A noção de que há um conjunto de interesses mútuos também não é nada de novo. Mas ter-se-ão juntado estas pessoas num evento que serve de pretexto para a discussão prática dos trabalhos de cada um daqueles que partilham desses interesses? Terá surgido um grupo disposto à tertúlia, situada entre o formalismo e o informalismo de discurso?
Quem não apreciou o primeiro evento dos TMP ponha o dedo no ar. Falo assim porque não guardo humildade do que um pequeno grupo que tenta fazer um trabalho de escola conseguiu na mente dos muitos que estiveram no Senhorio. Mesmo sendo redutor, o trabalho é, de facto, de escola, embora ambicionemos mais do que isso. Mas esse ponto não é essencial. Não me interessa muito, nesta primeira fase, uma avaliação prematura dos trabalhos dos media players. Eles estão feitos, foram discutidos e estão registados. Avaliando o contexto em que foram realizados, não penso pertinente uma necessidade veemente de os analisar. Prende-me desde quinta-feira uma questão de fundo, pelo qual esperei por um maior distanciamento do estado quente do momento para a analisar. O facto de existir um grupo, um conjunto de pessoas que, mesmo não fazendo parte deste primeiro núcleo dos media players, esteve disposto à discussão envolvente de uma estrutura, um conceito, um conjunto de trabalhos, isso sim, é importante lembrar. O facto de haver um entusiasmo em volta de um projecto part-time, sem aparentes objectivos práticos e sem exposição marcada é importante referir. O facto de um conjunto de interesses mútuos entre indivíduos ter encontrado um ponto de intersecção, é sim, importante registar.
Este, para mim, é o cerne da questão. A participação consciente daqueles que sabem que estão a passar as conversas dispersas de café para um nível de discussão de salutar. Trata-se de um conjunto de interesses, trata-se, talvez, de uma geração que os partilha. Ou apenas uma data de pessoas que gostam disto e se sentem orgulhosas por fazer parte disto. Eu sinto orgulho em nós, em todos. Os The Media Players apenas é o nome que motivou o registo desta reflexão e não é mais nada do que isso. E não é um projecto meu, nem nosso, é de quem já faz parte dele.
E falo por mim.
Tenho dito.
Jorge Soares
A LIGA ESTÁ DE VOLTA!
Matriz de jogo da segunda jornada da liga Media Player:
A partir de V-1.2_Imagem de João Marçal e Helena Menino
A partir de V-1.1_Imagem de F. Queimadela e Pedro André
A partir de S-1.2_Vídeo de Júlio Dolbeth e Miguel Carvalhais
A partir de S-1.1_Vídeo de João Cruz e João Marrucho
A partir de I-1.2_Som de Albino Tavares e Duarte Amorim
A partir de I-1.1_Som de Thierry Lambert e Telmo Sá
A segunda jornada decorrerá entre os dias 15 e 22 de Março de 2007.
Aguardamos a entrega das vossas peças até ás 22 horas de quinta-feira, dia 22.
A partir de V-1.2_Imagem de João Marçal e Helena Menino
A partir de V-1.1_Imagem de F. Queimadela e Pedro André
A partir de S-1.2_Vídeo de Júlio Dolbeth e Miguel Carvalhais
A partir de S-1.1_Vídeo de João Cruz e João Marrucho
A partir de I-1.2_Som de Albino Tavares e Duarte Amorim
A partir de I-1.1_Som de Thierry Lambert e Telmo Sá
A segunda jornada decorrerá entre os dias 15 e 22 de Março de 2007.
Aguardamos a entrega das vossas peças até ás 22 horas de quinta-feira, dia 22.
Thursday, March 15, 2007
Tuesday, March 13, 2007
POST ABERTO A UMA QUESTÃO DE UM MEDIA PLAYER
Date: Fri, 9 Mar 2007 09:38:56 -0800 (PST)
From: "media players" Add to Address BookAdd to Address Book Add Mobile Alert
Subject: The Media Players - calendários
To: Sergio Couto (mail ocultado por motivos de privacidade)
The Media Players - parte I
Semana 1 - de 08.03 a 15.03
Semana 2 - de 15.03 a 22.03
Semana 3 - de 22.03 a 29.03
Semana 4 - de 29.03 a 05.04
Os media players irão criar um objecto média (Vídeo, Som ou Imagem), a partir de outro que lhes é fornecido e a partir do texto que enviámos no primeiro mail. Este é um projecto que pretende criar uma ligação entre os diversos media players e os diversos média. Desta forma, o método da criação acontecerá a partir destes items, mas nunca será condicionado pelos mesmos. Cada grupo, cada autor, decidirá qual o rumo a tomar, qual as suas motivações e qual a intenção do seu trabalho.
Nesta primeira semana,
A partir do(a)
Som Inicial - vídeo de Duarte Amorim + Francisco Eduardo (V-1.1)
imagem de Samuel Costa + Jorge Soares (I-1.2)
Imagem inicial - som de José Peneda + Samuel Silva (S-1.1)
vídeo de Helena Menino + Sara Pêra (V-1.2)
Vídeo inicial - imagem de Miguel Marinheiro + Albino Tavares (I-1.1)
som de Sérgio Couto e Rafael Gonçalves (S-1.2)
Os formatos de imagem são livres, mas deverá ser entregue, também, a mesma imagem em suporte digital (CD).
Os formatos de vídeo são:
16.9 ou 4.3 DV Pal 48khz
o tempo do vídeo é livre, mas deverá ser entregue, para compilação, uma versão em 2 minutos.
O som deverá ser entregue num CD de áudio. O tempo da faixa é livre, mas deverá ser entregue, também, uma versão de 2 minutos para compilação.
Os formatos apresentados apenas servem para ajudar a organizar a compilação do objecto final, pelo qual estamos abertos a sugestões sobre outros formatos e sobre outras formas de comunicar.
Junto com este e-mail, enviamos imagens do esquema de calendarização das intervenções e sobre o grupo envolvido no The Media Players I.
Mais informações em themediaplayers.blogspot.com
Bom trabalho,
The Media Players
Este foi um mail enviado a todos os Media Players.
Penso que todos os esclarecimentos foram dados, mas estamos dispostos a responder a todas as questões.
Obrigados.
From: "media players"
Subject: The Media Players - calendários
To: Sergio Couto (mail ocultado por motivos de privacidade)
The Media Players - parte I
Semana 1 - de 08.03 a 15.03
Semana 2 - de 15.03 a 22.03
Semana 3 - de 22.03 a 29.03
Semana 4 - de 29.03 a 05.04
Os media players irão criar um objecto média (Vídeo, Som ou Imagem), a partir de outro que lhes é fornecido e a partir do texto que enviámos no primeiro mail. Este é um projecto que pretende criar uma ligação entre os diversos media players e os diversos média. Desta forma, o método da criação acontecerá a partir destes items, mas nunca será condicionado pelos mesmos. Cada grupo, cada autor, decidirá qual o rumo a tomar, qual as suas motivações e qual a intenção do seu trabalho.
Nesta primeira semana,
A partir do(a)
Som Inicial - vídeo de Duarte Amorim + Francisco Eduardo (V-1.1)
imagem de Samuel Costa + Jorge Soares (I-1.2)
Imagem inicial - som de José Peneda + Samuel Silva (S-1.1)
vídeo de Helena Menino + Sara Pêra (V-1.2)
Vídeo inicial - imagem de Miguel Marinheiro + Albino Tavares (I-1.1)
som de Sérgio Couto e Rafael Gonçalves (S-1.2)
Os formatos de imagem são livres, mas deverá ser entregue, também, a mesma imagem em suporte digital (CD).
Os formatos de vídeo são:
16.9 ou 4.3 DV Pal 48khz
o tempo do vídeo é livre, mas deverá ser entregue, para compilação, uma versão em 2 minutos.
O som deverá ser entregue num CD de áudio. O tempo da faixa é livre, mas deverá ser entregue, também, uma versão de 2 minutos para compilação.
Os formatos apresentados apenas servem para ajudar a organizar a compilação do objecto final, pelo qual estamos abertos a sugestões sobre outros formatos e sobre outras formas de comunicar.
Junto com este e-mail, enviamos imagens do esquema de calendarização das intervenções e sobre o grupo envolvido no The Media Players I.
Mais informações em themediaplayers.blogspot.com
Bom trabalho,
The Media Players
Este foi um mail enviado a todos os Media Players.
Penso que todos os esclarecimentos foram dados, mas estamos dispostos a responder a todas as questões.
Obrigados.
Monday, March 12, 2007
PERGUNTEM, QUESTIONEM, COMENTEM, PROPONHAM, FALEM MAL, FALEM BEM, FALEM ASSIM-ASSIM!
Peço que coloquem as vossas questões aqui, num comment a um qualquer post. Dessa forma, poderemos responder a várias pessoas ao mesmo tempo, bem como existe a possibilidade de adoptarmos algumas sugestões de quem queira propôr algo para o projecto.
Aqui será o melhor meio para lançarmos a discussão pública sobre este projecto.
Obrigados!
:)
Aqui será o melhor meio para lançarmos a discussão pública sobre este projecto.
Obrigados!
:)
Friday, March 09, 2007
THE MEDIA PLAYERS
THE MEDIA PLAYERS
" A minha época é a da Antologia. Somos todos antologiadores, não só no sentido de florilégio (no que a palavra implica de arranjo estético), mas sobretudo no que implica de sentido crítico. Além disso, cada autor é sempre um antologiador do seu próprio trabalho - da sua produção ele escolhe, selecciona criticamente para publicação: faz uma crítica histórica, também. A nossa cultura é uma cultura de informação excessiva. Sabemos muito de tudo, de tudo o que foi e está diariamente a acontecer. Por isso o nosso contributo assume um carácter de reavaliação crítica. A antologia que é a obra de um autor, é uma espécie de vasta colagem mental, uma montagem, simultaneamente paradigma do modo como a experiência se exprime e se comunica, assim como do modo como a assimilação se processou. As nossas colagens mentais têm milhares de anos de camadas e o que apercebemos agora é o resultado duma clivagem crítica e histórica. Todos trabalhamos em circuito fechado. Esses são os jogos que jogamos com os elementos da comunicação - infinitamente anagramáticos. O observador em imagens realiza a aventura da invenção diária da sua liberdade, que por vezes eleva ao grau de memória pela solidificação em objectos. Entre a necessidade de expôr e a necessidade de reflectir o autor inflecte-se, isto é, inclina-se e projecta-se. Aliás, no sentido cinematográfico do termo: é a apresentação reiterada duma realidade/objecto da qual é apenas imagem (ou sequência de imagens). A transmissão duma visão, a sua maneira de se cumprir no tempo, não pode senão realizar-se gradualmente - é preciso escrever/ler o livro página a página, ver/ler as imagens uma a uma (ou umas após as outras) e depois reflecti-las, reflectindo acerca delas, no esforço de reconstituição que é também o da sua própria construção. Por isso o acto criador precisa de ser repetido indefinidamente. (...) "
Ana Hatherly
in "O Espaço Crítico - Do Simbolismo Á Vanguarda", col. Nosso Mundo, ed. Caminho
BASE CONCEPTUAL DA ESTRUTURA
Propomos um espaço - um sistema de colaboração de conectividade poliédrica. Um circuito próprio dentro do espaço da significação/ criação. Um espaço possível, na medida em que as estações percorridas dentro do sistema não são conhecidas na sua totalidade, na sua previsibilidade. Um espaço essencial de imprevisão em constante mutação - sendo que o seu próprio lugar de transformação se torna constantemente outro - torna-se ele próprio consumidor da matéria que produz, num exercício de autofagia constante, deslocando-se através da criação. Partindo de um núcleo que é triplo, pretendemos desenvolver uma estrutura tripartida em disciplinas distintas: vídeo/imagem/som preparados para a transgressão - subversão de significados dos universos pessoais de cada um dos intervenientes - através de uma dialéctica que poderá oscilar entre o diálogo e o silêncio, entre a colaboração e a incomunicabilidade dos materiais propostos para a criação.
Esta é uma estrutura múltipla que pretende, através deste circuito, a permanente transformação da matéria em movimento. O lugar infinito das múltiplas combinações entre vídeo, imagem e som estabelecido na circularidade das relações que esta estrutura vai percorrendo. Um som potenciará o início de um vídeo e que, por sua vez, potenciará a elaboração de uma imagem (ilustração, fotografia, desenho gráfico, etc.), por exemplo, sendo que a ordem temporal de intervenção pode variar entre vídeo-som-imagem, imagem-vídeo-som, som-imagem-vídeo, vídeo-som-imagem.
"Qualquer sistema fundamentalmente novo envolve novas relações semânticas; eis a grande dificuldade que nos assalta quando tentamos dominar um novo sistema. Devemos reeducar, ou mudar, as nossas velhas reacções semânticas"
Korzybsky
PRINCÍPIOS PRÁTICOS DA ESTRUTURA
Aos agentes da transformação da informação sob a forma de média, chamamos-lhe media players.
Apresentamos uma estrutura tripartida de médias - vídeo, imagem e som - sob a forma individual, para ser trabalhado, transformado, interpretado num outro média, numa infinita relação entre os vários objectos propostos aos diversos media players. Este diagrama poderá, no decorrer do processo, sofrer alterações, poderá redimensionar-se, tornando-se elástico, podendo absorver novos elementos ou reorganizar outros.
O objectivo deste processo será organizar algo comparável a uma antologia dos média intervencionados - um conjunto de trabalhos, fruto desta estrutura pluridimensional. Não é possível ver o sítio final e também nós, os mentores deste projecto, poderemos ser surpreendidos pelo desenvolvimento ou crescimento desta estrutura.
THE MEDIA PLAYERS PARTE 1
entre 08.03 e 12.04
Foi elaborada uma lista de indivíduos que vão interagir entre si e com os diferentes média, ao qual podemos chamar links, perante o sistema de comunicação apresentado. Todos esses indivíduos estão ligados entre si através dos média com os quais vão comunicar. Este sistema de "linkagem" permite uma relação, directa ou indirecta, entre todos os elementos do projecto.
Também os média estão ligados entre si num sistema que prevê uma infinidade e imprevisibilidade de resultados. O factor tempo é essencial - os media players são agentes de um acontecimento com o espaço de quatro semanas. Também durante este tempo o trabalho irá desenvolver-se, permitindo o lançamento da discussão sobre o seu funcionamento e a reflexão sobre motivações e objectos finais dos autores participantes. Deste modo, vão surgir todo um tipo de eventos relacionados com este acontecimento, bem como existe a possibilidade da participação directa dos autores na planificação dos mesmos.
" A minha época é a da Antologia. Somos todos antologiadores, não só no sentido de florilégio (no que a palavra implica de arranjo estético), mas sobretudo no que implica de sentido crítico. Além disso, cada autor é sempre um antologiador do seu próprio trabalho - da sua produção ele escolhe, selecciona criticamente para publicação: faz uma crítica histórica, também. A nossa cultura é uma cultura de informação excessiva. Sabemos muito de tudo, de tudo o que foi e está diariamente a acontecer. Por isso o nosso contributo assume um carácter de reavaliação crítica. A antologia que é a obra de um autor, é uma espécie de vasta colagem mental, uma montagem, simultaneamente paradigma do modo como a experiência se exprime e se comunica, assim como do modo como a assimilação se processou. As nossas colagens mentais têm milhares de anos de camadas e o que apercebemos agora é o resultado duma clivagem crítica e histórica. Todos trabalhamos em circuito fechado. Esses são os jogos que jogamos com os elementos da comunicação - infinitamente anagramáticos. O observador em imagens realiza a aventura da invenção diária da sua liberdade, que por vezes eleva ao grau de memória pela solidificação em objectos. Entre a necessidade de expôr e a necessidade de reflectir o autor inflecte-se, isto é, inclina-se e projecta-se. Aliás, no sentido cinematográfico do termo: é a apresentação reiterada duma realidade/objecto da qual é apenas imagem (ou sequência de imagens). A transmissão duma visão, a sua maneira de se cumprir no tempo, não pode senão realizar-se gradualmente - é preciso escrever/ler o livro página a página, ver/ler as imagens uma a uma (ou umas após as outras) e depois reflecti-las, reflectindo acerca delas, no esforço de reconstituição que é também o da sua própria construção. Por isso o acto criador precisa de ser repetido indefinidamente. (...) "
Ana Hatherly
in "O Espaço Crítico - Do Simbolismo Á Vanguarda", col. Nosso Mundo, ed. Caminho
BASE CONCEPTUAL DA ESTRUTURA
Propomos um espaço - um sistema de colaboração de conectividade poliédrica. Um circuito próprio dentro do espaço da significação/ criação. Um espaço possível, na medida em que as estações percorridas dentro do sistema não são conhecidas na sua totalidade, na sua previsibilidade. Um espaço essencial de imprevisão em constante mutação - sendo que o seu próprio lugar de transformação se torna constantemente outro - torna-se ele próprio consumidor da matéria que produz, num exercício de autofagia constante, deslocando-se através da criação. Partindo de um núcleo que é triplo, pretendemos desenvolver uma estrutura tripartida em disciplinas distintas: vídeo/imagem/som preparados para a transgressão - subversão de significados dos universos pessoais de cada um dos intervenientes - através de uma dialéctica que poderá oscilar entre o diálogo e o silêncio, entre a colaboração e a incomunicabilidade dos materiais propostos para a criação.
Esta é uma estrutura múltipla que pretende, através deste circuito, a permanente transformação da matéria em movimento. O lugar infinito das múltiplas combinações entre vídeo, imagem e som estabelecido na circularidade das relações que esta estrutura vai percorrendo. Um som potenciará o início de um vídeo e que, por sua vez, potenciará a elaboração de uma imagem (ilustração, fotografia, desenho gráfico, etc.), por exemplo, sendo que a ordem temporal de intervenção pode variar entre vídeo-som-imagem, imagem-vídeo-som, som-imagem-vídeo, vídeo-som-imagem.
"Qualquer sistema fundamentalmente novo envolve novas relações semânticas; eis a grande dificuldade que nos assalta quando tentamos dominar um novo sistema. Devemos reeducar, ou mudar, as nossas velhas reacções semânticas"
Korzybsky
PRINCÍPIOS PRÁTICOS DA ESTRUTURA
Aos agentes da transformação da informação sob a forma de média, chamamos-lhe media players.
Apresentamos uma estrutura tripartida de médias - vídeo, imagem e som - sob a forma individual, para ser trabalhado, transformado, interpretado num outro média, numa infinita relação entre os vários objectos propostos aos diversos media players. Este diagrama poderá, no decorrer do processo, sofrer alterações, poderá redimensionar-se, tornando-se elástico, podendo absorver novos elementos ou reorganizar outros.
O objectivo deste processo será organizar algo comparável a uma antologia dos média intervencionados - um conjunto de trabalhos, fruto desta estrutura pluridimensional. Não é possível ver o sítio final e também nós, os mentores deste projecto, poderemos ser surpreendidos pelo desenvolvimento ou crescimento desta estrutura.
THE MEDIA PLAYERS PARTE 1
entre 08.03 e 12.04
Foi elaborada uma lista de indivíduos que vão interagir entre si e com os diferentes média, ao qual podemos chamar links, perante o sistema de comunicação apresentado. Todos esses indivíduos estão ligados entre si através dos média com os quais vão comunicar. Este sistema de "linkagem" permite uma relação, directa ou indirecta, entre todos os elementos do projecto.
Também os média estão ligados entre si num sistema que prevê uma infinidade e imprevisibilidade de resultados. O factor tempo é essencial - os media players são agentes de um acontecimento com o espaço de quatro semanas. Também durante este tempo o trabalho irá desenvolver-se, permitindo o lançamento da discussão sobre o seu funcionamento e a reflexão sobre motivações e objectos finais dos autores participantes. Deste modo, vão surgir todo um tipo de eventos relacionados com este acontecimento, bem como existe a possibilidade da participação directa dos autores na planificação dos mesmos.
Tuesday, March 06, 2007
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES E CONCEITOS SOBRE A BASE PROJECTUAL
HIPERTEXTO
O conceito de hipertexto foi teorizado num artigo escrito em 1945 por Vannevar Bush e surge na década de 60 pela mão de Ted Nelson. O artigo de Bush remete-nos para a noção da necessidade da criação um dispositivo prático e funcional, onde grandes quantidades de informação possam ser guardadas e interligadas, de forma a que a sua consulta se faça de uma forma mais rápida e eficaz. Esta necessidade parte das dificuldades dos investigadores em chegar às informações pretendidas, que assentava nas deficientes condições em que a mesma era armazenada, organizada e catalogada - por ordenação alfabética ou numérica - e que parte de uma lógica altamente artificial, com resultados infrutíferos ao sujeito da pesquisa. Para dar resposta a esta necessidade, Bush teoriza uma máquina, denominada "memex", que actua em consonância com o funcionamento do cérebro, por um processo de associação de ideias que permite seguir um processo natural de investigação por associação, mesmo antes do advento da tecnologia digital, em que um processo semelhante à textualidade virtual seria essencial para as mudanças que ele sugeria.
Desse modo, o conceito de hipertexto define-se como uma forma de escrita não linear, em que a informação surge ligada em rede de uma forma dinâmica, permitindo ao leitor/utilizador, uma leitura interactiva e multidireccional. Este novo sistema altera os conceitos de comunicação estabelecidos e cria uma nova forma de relação entre o sujeito e o texto, onde a passagem de "texto" para "hipertexto" pressupõe um alargar de fronteiras, na passagem da textualidade precedente a um sistema ilimitado de interligações, como uma teia que vai crescendo, ramificando-se em dinâmicas redes de textos flexíveis e abertos, maleáveis às intenções de cada leitor.
"Por hipertexto entendo uma escrita não sequencial - um texto que se ramifica e permite ao leitor fazer escolhas e construir uma leitura mais adequada num ambiente interactivo." Ted Nelson
HIPERMÉDIA
O conceito de hipermédia, decorrente da noção de hipertexto, designa a ligação dinâmica de informação não textual, como seja toda uma variedade de imagens e sons, gráficos e vídeos, constituíndo um sistema de navegação fluente de signos que compõem a gramática audio-scripto-visual. Cada unidade mínima de significação, ao contrário de ver reduzida a sua importância, é investida de um valor acrescido no contacto com as outras unidades com as quais partilha o espaço comunicacional, o que acarreta um enriquecimento deste, quer no seu sistema de significantes, quer no seu sistemas de significados
Texto e Imagem
O livro pré-moderno é iminentemente heterogéneo, não há texto sem iluminura ou cercadura. Palavra e imagem comungam do mesmo espaço de visibilidade, partilhando o sistema significante e interagindo na construção de significado.
A descoberta da imprensa e a emergência do livro moderno operou uma separação entre estes dois campos, autonomizando a palavra e homogeneizando o texto, que se impõe como soberano no espaço comunicacional e relega a imagem para uma plano secundário, exterior à textualidade e dependente desta.
O sistema hipermediático vem revitalizar esta relação, lançando um sistema significante multifacetado, feito de entrelaçamentos de várias linguagens, nenhuma das quais determinante em relação às outras. Texto e imagem ocupam agora dois campos autónomos, no sentido de que nenhum é subjugado ao outro, mas interagem profundamente, num enriquecimento do campo comunicacional anteriormente impossível, quer pelo enriquecimento individual de cada um (de notar que a imagem num ambiente electrónico reveste-se de todo um mundo de novas potencialidades, quantitativas e qualitativas, que o papel não oferecia, nomeadamente a possibilidade de introdução de movimento através de trechos de vídeo) quer pelo uso em conjunto das duas áreas comunicacionais.
Estrutura narrativa
A narrativa, organização textual característica do livro moderno, põe em cena a relação entre logos e cronos, um aliança entre a temporalidade e a logicidade do texto. Esta desenvolve-se segundo um princípio lógico de estruturação, que impõe uma sucessão de causa-efeito que se projecta numa temporalidade e que depende desta. O texto narrativo é um texto fechado segundo um princípio organizador que leva a um fim. Há um telos no texto, que permite que as acções se liguem e que se desenvolvam com vista a uma finalidade (um desenlace) que marca o fim da narrativa. Este tipo de estrutura é abandonada no sistema hipertextual, já que aqui a obra é iminentemente aberta e a informação teoricamente infinita.
Livro
A configuração da textualidade moderna apareceu com a própria descoberta da imprensa e difusão do livro. O livro impresso é, na modernidade, um lugar predominante no modo de aceder ao texto. Com o seu aparecimento a escrita ganha forma e volume, institui-se como objecto de troca; entra no circuito de comunicação; dessacraliza-se, individualiza-se e privatiza-se. A escrita ganha materialidade e o livro torna-se o elemento necessário à exteriorização do texto, cria-se um espaço de visibilidade que ao delimitar o texto o mostra. "A moldura está para a pintura como o livro está para a escrita". Esta limitação não é apenas de ordem física. O texto posto em livro constitui-se como algo de coerente e fechado, que se desenvolve em torno de uma linha condutora e que tende para um fim. Os seus limites são balizados por aquilo a que damos o nome de paratexto (aquilo que está à sua volta, que o rodeia e que acaba por o criar).
O livro, e o campo comunicacional que este instaurou, serve de base para a constituição do paradigma dominante na era Gutemberg.
Paratexto
O paratexto é uma zona de fronteira, que estipula os contornos do texto e que o institui como obra. Este não é apenas um elemento de fronteira geográfica, de transição do dentro para fora, mas também uma mudança de estatuto, já que institui o texto com obra e o inscreve no circuito de comunicação. Os seus elementos constituintes (título, nome de autor, epígrafe, notas de rodapé, entre outros) têm uma capacidade performativa e uma função pragmática, orientando os modos de aceder ao texto e criando protocolos de leitura.
Com o hipertextos, estes elementos perdem-se, abandonando o texto a uma condição de virtualidade e de abertura. Contudo, muita da informação contida nestes elementos do livro impresso são inseridas e absorvidas pelo próprio texto, como é o caso das notas de rodapé.
Notas de rodapé
Quando ao lermos um texto encontramos um número de símbolos que indicam a existência de uma nota de rodapé, deixamos o texto principal para ler essa nota, que pode conter uma citação, um tomada de posição em relação ao texto, uma referência bibliográfica, etc. A nota pode também sumariar informação sobre fontes, influências e textos paralelos. Em qualquer dos casos, o leitor pode seguir a ligação para outro texto indicado pela nota e assim sair totalmente do texto principal. Após ter lido a nota ou ter decidido que esta não merece uma leitura cuidadosa no momento, voltamos ao texto principal e continuamos a leitura até encontrar uma outra nota, que nos leva de novo para fora do texto principal.
O texto electrónico introduz estas informações no próprio corpo do texto, através de ligações dinâmicas, o que torna a sua consulta mais fácil. A diferença é que aqui estas informações podem conter outros textos e outras obras, que existem de forma autónoma e não como informações secundárias e dependentes do texto inicial
De Gutenberg a Marconi
A descoberta da imprensa foi o marco fundador de um paradigma de comunicação dominante durante décadas, que condicionou a nossa forma de aceder à palavra e de nos relacionarmos com ela. Este paradigma está lentamente a dar lugar a outro cuja essência, podemos afirmar, assenta no modelo hipertextual. Esta passagem consubstancia a tendência, por um lado, de substituição do suportes analógicos pelos suportes digitais e, por outro, de abandono dos modelos mass mediáticos em favor da emergência dos self media. Toda a informação que dantes registávamos em suportes analógicos como o papel, pode ser transformada em cadeias de 0 e 1, um sistema binário que permite a sua conversão para suportes digitais. O que se perde em contacto físico, ganha-se em capacidade de armazenamento, durabilidade e facilidade de acesso, algumas das características que as novas estruturas comunicacionais emergentes acarretam. Os dispositivos de comunicação emergentes substituem uma comunicação unidireccional por outra interactiva, pressupondo não uma massa uniforme de indivíduos, mas um receptor actuante que escolhe a informação que recebe consoante o seus interesses específicos.
Mudança de Paradigmas
Hoje encontramo-nos num período de ruptura tecnológica e cultural análogo àquele que Gutenberg e a imprensa protagonizaram. Uma transição deste tipo, pela multiplicidade e complexidade a ela associada, não se impõe radical e bruscamente, mas desenvolve-se através de um processo contínuo que envolve décadas, ou mesmo séculos, de mudanças graduais e habituação, durante o qual várias práticas de leitura, modos de escrita e de publicação e concepções de literatura co-habitam. Só gradualmente a sociedade vai absorvendo os novos modelos de comunicação, e só gradualmente estes se vão transformando e transformando a sociedade, num jogo recíproco de influências.
Calcula-se que só por volta de 1700 a tecnologia da imprensa reordenou e reestruturou de forma definitiva a sociedade, transformando os países mais avançados da Europa de sociedades orais para escritas. Quanto tempo demorará o hipertexto informático a dar origem a semelhantes mudanças? Quanto tempo demorará para que a linguagem electrónica se torne penetrante cultural e socialmente, ao ponto de produzir mudanças tão profundas como aquelas resultantes da descoberta da imprensa? Quais serão ao certo as modificações que estas novas tecnologias implementarão na sociedade? Em relação a estas perguntas podemos apenas fazer previsões, já que uma resposta definitiva só com o tempo chegará. Entender a lógica de uma tecnologia particular não permite descobrir de uma forma mecânica as consequências desta na sociedade e cultura, mesmo porque, sob várias condições, a mesma tecnologia pode produzir efeitos diversos ou mesmo contraditórios.
Estruturalistas e pós-estruturalistas
Roland Barthes, tal como muitos outros estruturalistas e pós-estruturalistas, descreve uma textualidade ideal que em muito se assemelha ao que se veio a tornar o hipertexto informatizado. Ele concebe um texto composto de unidades de palavras ou imagens ligadas por múltiplos caminhos, correntes ou trechos numa textualidade aberta e perpetuamente infinita, descrita por termos como ligação, nó, rede e teia.
"Neste texto ideal, as redes são várias e interagem, sem que nenhuma delas sejam capaz de se sobrepor às outras; este texto é uma galáxia de significantes, não uma estrutura de significados; não tem um início; é reversível; acedemos a ela por diferentes entradas, nenhuma das quais podendo ser considerada como a principal; os códigos que ela mobiliza estendem-se tão longo como os olhos podem alcançar; o sistema de significado pode tomar conta deste texto absolutamente plural, mas o seu número nunca é fechado, porque é baseado na infinitude da linguagem."
Também Michael Foucault fala num texto concebido em termos de rede e ligações. Na Arqueologia do Saber, ele afirma que as fronteiras de um livro nunca são claramente traçadas porque este insere-se num sistema de referências a outros livros, outros textos, outras frases: é um nó dentro de uma rede de referências.
Jacques Derrida, por sua vez, enfatiza a abertura textual, a intertextualidade e a irrelevância de uma distinção rígida entre o interior de um texto e o seu exterior, pelo facto deste estar ligado, pelo menos virtualmente, ao sistema da língua em que é escrito.
Nas teorias estruturalistas e pós-estruturalista do texto há todo um esforço de enfatizar o texto como intertextualidade, não como um objecto isolado, mas em permanente ligação e contaminação com outros. O sistema hipertextual criado pelos investigadores tecnológicos não foi criado intencionalmente para suportar as teorias pós-modernas, mas veio a materializar muitos dos seus pressupostos teóricos.
O conceito de hipertexto foi teorizado num artigo escrito em 1945 por Vannevar Bush e surge na década de 60 pela mão de Ted Nelson. O artigo de Bush remete-nos para a noção da necessidade da criação um dispositivo prático e funcional, onde grandes quantidades de informação possam ser guardadas e interligadas, de forma a que a sua consulta se faça de uma forma mais rápida e eficaz. Esta necessidade parte das dificuldades dos investigadores em chegar às informações pretendidas, que assentava nas deficientes condições em que a mesma era armazenada, organizada e catalogada - por ordenação alfabética ou numérica - e que parte de uma lógica altamente artificial, com resultados infrutíferos ao sujeito da pesquisa. Para dar resposta a esta necessidade, Bush teoriza uma máquina, denominada "memex", que actua em consonância com o funcionamento do cérebro, por um processo de associação de ideias que permite seguir um processo natural de investigação por associação, mesmo antes do advento da tecnologia digital, em que um processo semelhante à textualidade virtual seria essencial para as mudanças que ele sugeria.
Desse modo, o conceito de hipertexto define-se como uma forma de escrita não linear, em que a informação surge ligada em rede de uma forma dinâmica, permitindo ao leitor/utilizador, uma leitura interactiva e multidireccional. Este novo sistema altera os conceitos de comunicação estabelecidos e cria uma nova forma de relação entre o sujeito e o texto, onde a passagem de "texto" para "hipertexto" pressupõe um alargar de fronteiras, na passagem da textualidade precedente a um sistema ilimitado de interligações, como uma teia que vai crescendo, ramificando-se em dinâmicas redes de textos flexíveis e abertos, maleáveis às intenções de cada leitor.
"Por hipertexto entendo uma escrita não sequencial - um texto que se ramifica e permite ao leitor fazer escolhas e construir uma leitura mais adequada num ambiente interactivo." Ted Nelson
HIPERMÉDIA
O conceito de hipermédia, decorrente da noção de hipertexto, designa a ligação dinâmica de informação não textual, como seja toda uma variedade de imagens e sons, gráficos e vídeos, constituíndo um sistema de navegação fluente de signos que compõem a gramática audio-scripto-visual. Cada unidade mínima de significação, ao contrário de ver reduzida a sua importância, é investida de um valor acrescido no contacto com as outras unidades com as quais partilha o espaço comunicacional, o que acarreta um enriquecimento deste, quer no seu sistema de significantes, quer no seu sistemas de significados
Texto e Imagem
O livro pré-moderno é iminentemente heterogéneo, não há texto sem iluminura ou cercadura. Palavra e imagem comungam do mesmo espaço de visibilidade, partilhando o sistema significante e interagindo na construção de significado.
A descoberta da imprensa e a emergência do livro moderno operou uma separação entre estes dois campos, autonomizando a palavra e homogeneizando o texto, que se impõe como soberano no espaço comunicacional e relega a imagem para uma plano secundário, exterior à textualidade e dependente desta.
O sistema hipermediático vem revitalizar esta relação, lançando um sistema significante multifacetado, feito de entrelaçamentos de várias linguagens, nenhuma das quais determinante em relação às outras. Texto e imagem ocupam agora dois campos autónomos, no sentido de que nenhum é subjugado ao outro, mas interagem profundamente, num enriquecimento do campo comunicacional anteriormente impossível, quer pelo enriquecimento individual de cada um (de notar que a imagem num ambiente electrónico reveste-se de todo um mundo de novas potencialidades, quantitativas e qualitativas, que o papel não oferecia, nomeadamente a possibilidade de introdução de movimento através de trechos de vídeo) quer pelo uso em conjunto das duas áreas comunicacionais.
Estrutura narrativa
A narrativa, organização textual característica do livro moderno, põe em cena a relação entre logos e cronos, um aliança entre a temporalidade e a logicidade do texto. Esta desenvolve-se segundo um princípio lógico de estruturação, que impõe uma sucessão de causa-efeito que se projecta numa temporalidade e que depende desta. O texto narrativo é um texto fechado segundo um princípio organizador que leva a um fim. Há um telos no texto, que permite que as acções se liguem e que se desenvolvam com vista a uma finalidade (um desenlace) que marca o fim da narrativa. Este tipo de estrutura é abandonada no sistema hipertextual, já que aqui a obra é iminentemente aberta e a informação teoricamente infinita.
Livro
A configuração da textualidade moderna apareceu com a própria descoberta da imprensa e difusão do livro. O livro impresso é, na modernidade, um lugar predominante no modo de aceder ao texto. Com o seu aparecimento a escrita ganha forma e volume, institui-se como objecto de troca; entra no circuito de comunicação; dessacraliza-se, individualiza-se e privatiza-se. A escrita ganha materialidade e o livro torna-se o elemento necessário à exteriorização do texto, cria-se um espaço de visibilidade que ao delimitar o texto o mostra. "A moldura está para a pintura como o livro está para a escrita". Esta limitação não é apenas de ordem física. O texto posto em livro constitui-se como algo de coerente e fechado, que se desenvolve em torno de uma linha condutora e que tende para um fim. Os seus limites são balizados por aquilo a que damos o nome de paratexto (aquilo que está à sua volta, que o rodeia e que acaba por o criar).
O livro, e o campo comunicacional que este instaurou, serve de base para a constituição do paradigma dominante na era Gutemberg.
Paratexto
O paratexto é uma zona de fronteira, que estipula os contornos do texto e que o institui como obra. Este não é apenas um elemento de fronteira geográfica, de transição do dentro para fora, mas também uma mudança de estatuto, já que institui o texto com obra e o inscreve no circuito de comunicação. Os seus elementos constituintes (título, nome de autor, epígrafe, notas de rodapé, entre outros) têm uma capacidade performativa e uma função pragmática, orientando os modos de aceder ao texto e criando protocolos de leitura.
Com o hipertextos, estes elementos perdem-se, abandonando o texto a uma condição de virtualidade e de abertura. Contudo, muita da informação contida nestes elementos do livro impresso são inseridas e absorvidas pelo próprio texto, como é o caso das notas de rodapé.
Notas de rodapé
Quando ao lermos um texto encontramos um número de símbolos que indicam a existência de uma nota de rodapé, deixamos o texto principal para ler essa nota, que pode conter uma citação, um tomada de posição em relação ao texto, uma referência bibliográfica, etc. A nota pode também sumariar informação sobre fontes, influências e textos paralelos. Em qualquer dos casos, o leitor pode seguir a ligação para outro texto indicado pela nota e assim sair totalmente do texto principal. Após ter lido a nota ou ter decidido que esta não merece uma leitura cuidadosa no momento, voltamos ao texto principal e continuamos a leitura até encontrar uma outra nota, que nos leva de novo para fora do texto principal.
O texto electrónico introduz estas informações no próprio corpo do texto, através de ligações dinâmicas, o que torna a sua consulta mais fácil. A diferença é que aqui estas informações podem conter outros textos e outras obras, que existem de forma autónoma e não como informações secundárias e dependentes do texto inicial
De Gutenberg a Marconi
A descoberta da imprensa foi o marco fundador de um paradigma de comunicação dominante durante décadas, que condicionou a nossa forma de aceder à palavra e de nos relacionarmos com ela. Este paradigma está lentamente a dar lugar a outro cuja essência, podemos afirmar, assenta no modelo hipertextual. Esta passagem consubstancia a tendência, por um lado, de substituição do suportes analógicos pelos suportes digitais e, por outro, de abandono dos modelos mass mediáticos em favor da emergência dos self media. Toda a informação que dantes registávamos em suportes analógicos como o papel, pode ser transformada em cadeias de 0 e 1, um sistema binário que permite a sua conversão para suportes digitais. O que se perde em contacto físico, ganha-se em capacidade de armazenamento, durabilidade e facilidade de acesso, algumas das características que as novas estruturas comunicacionais emergentes acarretam. Os dispositivos de comunicação emergentes substituem uma comunicação unidireccional por outra interactiva, pressupondo não uma massa uniforme de indivíduos, mas um receptor actuante que escolhe a informação que recebe consoante o seus interesses específicos.
Mudança de Paradigmas
Hoje encontramo-nos num período de ruptura tecnológica e cultural análogo àquele que Gutenberg e a imprensa protagonizaram. Uma transição deste tipo, pela multiplicidade e complexidade a ela associada, não se impõe radical e bruscamente, mas desenvolve-se através de um processo contínuo que envolve décadas, ou mesmo séculos, de mudanças graduais e habituação, durante o qual várias práticas de leitura, modos de escrita e de publicação e concepções de literatura co-habitam. Só gradualmente a sociedade vai absorvendo os novos modelos de comunicação, e só gradualmente estes se vão transformando e transformando a sociedade, num jogo recíproco de influências.
Calcula-se que só por volta de 1700 a tecnologia da imprensa reordenou e reestruturou de forma definitiva a sociedade, transformando os países mais avançados da Europa de sociedades orais para escritas. Quanto tempo demorará o hipertexto informático a dar origem a semelhantes mudanças? Quanto tempo demorará para que a linguagem electrónica se torne penetrante cultural e socialmente, ao ponto de produzir mudanças tão profundas como aquelas resultantes da descoberta da imprensa? Quais serão ao certo as modificações que estas novas tecnologias implementarão na sociedade? Em relação a estas perguntas podemos apenas fazer previsões, já que uma resposta definitiva só com o tempo chegará. Entender a lógica de uma tecnologia particular não permite descobrir de uma forma mecânica as consequências desta na sociedade e cultura, mesmo porque, sob várias condições, a mesma tecnologia pode produzir efeitos diversos ou mesmo contraditórios.
Estruturalistas e pós-estruturalistas
Roland Barthes, tal como muitos outros estruturalistas e pós-estruturalistas, descreve uma textualidade ideal que em muito se assemelha ao que se veio a tornar o hipertexto informatizado. Ele concebe um texto composto de unidades de palavras ou imagens ligadas por múltiplos caminhos, correntes ou trechos numa textualidade aberta e perpetuamente infinita, descrita por termos como ligação, nó, rede e teia.
"Neste texto ideal, as redes são várias e interagem, sem que nenhuma delas sejam capaz de se sobrepor às outras; este texto é uma galáxia de significantes, não uma estrutura de significados; não tem um início; é reversível; acedemos a ela por diferentes entradas, nenhuma das quais podendo ser considerada como a principal; os códigos que ela mobiliza estendem-se tão longo como os olhos podem alcançar; o sistema de significado pode tomar conta deste texto absolutamente plural, mas o seu número nunca é fechado, porque é baseado na infinitude da linguagem."
Também Michael Foucault fala num texto concebido em termos de rede e ligações. Na Arqueologia do Saber, ele afirma que as fronteiras de um livro nunca são claramente traçadas porque este insere-se num sistema de referências a outros livros, outros textos, outras frases: é um nó dentro de uma rede de referências.
Jacques Derrida, por sua vez, enfatiza a abertura textual, a intertextualidade e a irrelevância de uma distinção rígida entre o interior de um texto e o seu exterior, pelo facto deste estar ligado, pelo menos virtualmente, ao sistema da língua em que é escrito.
Nas teorias estruturalistas e pós-estruturalista do texto há todo um esforço de enfatizar o texto como intertextualidade, não como um objecto isolado, mas em permanente ligação e contaminação com outros. O sistema hipertextual criado pelos investigadores tecnológicos não foi criado intencionalmente para suportar as teorias pós-modernas, mas veio a materializar muitos dos seus pressupostos teóricos.
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